27 dezembro 2007

Restos de Natal

Há imagens que valem por mil palavras, mas mesmo assim vale sempre a pena ler este artigo. E este outro também. Se dúvidas houvesse de que o Natal passou a ser uma febre consumista...

21 dezembro 2007

Bom Natal!


Para os que visitam todos os dias. Para os que vêm cá de quando em quando. Até para aqueles que nunca aqui meteram os pés. A todos eles deixo aqui os votos de que tenham um Bom Natal!


20 dezembro 2007

A pergunta

"Admite ou não o MADRP - Ministério da Agricultura do Desenvolvimento Rural e das Pescas proceder com brevidade à revisão e alteração da norma estabelecida no nº 3 do artº 16º do Dec-Lei 124/2006 de 28 de Junho com vista a encontrar solução para o problema atrás descrito? "


A pergunta é dos deputados socialistas Jorge Fão, Rosalina Martins e Fátima Pimenta, eleitos pelo círculo de Viana do Castelo, e em causa está o polémico decreto-lei do Sistema Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios, mais conhecido pela "lei dos 50 metros", por obrigar as construções em algumas zonas rurais e florestais a deixarem livre uma faixa de 50 metros para os terrenos vizinhos. Por cá, pelo concelho, o assunto já por diversas vezes subiu à Assembleia Municipal e mereceu, inclusivamente, a aprovação de um voto de protesto, que juntou a Câmara e a Assembleia e que foi enviado ao Ministério da Agricultura.
Agora o protesto parece ter ganho mais força, com o trio de deputados do PS a pedir esclarecimentos sobre uma eventual revisão do decreto-lei publicado em 2006. A mostrar que, quando é preciso, os políticos esquecem os partidos que os elegeram e que, no caso concreto, aprovaram a legislação em vigor, e preocupam-se com os interesses dos que os elegeram. O requerimento pode ser consultado aqui.

À moda da ASAE

Será que a gastronomia tradicional tem os dias contados? O tema tem sido abordado em diversos locais, nomeadamente na comunicação social, mas certamente o lugar onde mais se tem discutido é nos próprios restaurantes. No passado fim de semana jantei num restaurante de Paredes de Coura onde o simpático dono me falava precisamente desta relação complicada entre a cozinha tradicional e as directivas emanadas de Bruxelas, tal como o retratou esta semana Sérgio Andrade, na sua coluna semanal do Jornal de Notícias.
Dizia-me o proprietário do restaurante que cada vez tem mais dificuldade em conciliar o que dá à gastronomia típica da região minhota o seu sabor e o seu nome, com os impedimentos ditados pela legislação comunitária que a ASAE tanto tem feito valer nos restaurantes portugueses. E não se julgue que é apenas a cozinha do Minho que sofre com isso, pois as exigências de Bruxelas, feitas se calhar por alguém que nunca comeu fora de casa ou dos restaurantes ditos de cozinha internacional, andam a criar muitas dores de cabeça a proprietários de restaurantes de todo o país.
No caso minhoto, por exemplo, veja-se a tarefa hercúlea que será, por exemplo, fazer um arroz de cabidela, quando as normas comunitárias obrigam a que o animal seja abatido no matadouro. O cozinheiro vai buscar o sangue onde? Mas, mesmo que o conseguisse, imagine-se a despesa de fazer uma cabidela de frango, daquelas mesmo com o animal caseirinho, para um restaurante de Paredes de Coura? É que, para abater o bicho, o matadouro mais próximo fica em… Famalicão. Transporte de animais para um lado, transporte térmico para o outro… façam as contas. E que dizer da lampreia, pescada no rio Minho e comprada directamente aos pescadores, isentos de facturar o que vendem, quando o restaurante é obrigado a ter factura de tudo o que compra?
Preocupações como esta têm juntado vários empresários ligados ao sector e representantes dos organismos estatais que o fiscalizam, no sentido de serem encontradas soluções de consenso. Uma das que está em cima da mesa é a criação de pequenos matadouros em cada concelho, onde, sob a supervisão do veterinário municipal, poderiam ser abatidos alguns animais. Não sei se será a melhor solução, especialmente para concelhos com poucos restaurantes como Paredes de Coura, criar uma estrutura que iria estar mais tempo parada do que a funcionar. Mas concordo com o princípio em si e não vejo porque não se possa fazer isso agregando alguns concelhos, de modo a rentabilizar mais o equipamento e, ao mesmo tempo, garantir-lhe melhores condições de funcionamento.
Não se julgue, contudo, que tudo o que vem de Bruxelas em relação a este sector é mau. Já todos vimos, através da comunicação social, que as inspecções da ASAE nos mostram, muitas vezes, realidades pouco condizentes com o que deve ser uma cozinha. Na segurança alimentar, seja na cozinha tradicional ou na mais moderna, é o cliente, a sua saúde, que está em causa, por isso há que cumprir.

18 dezembro 2007

Momento de nostalgia

Ao reler o post anterior, fiquei de repente preso na memória, na minha memória de outros tempos. Os meus tempos de escola, mais precisamente. Nascido e criado numa família de classe média/baixa, como a maioria dos portugueses da minha geração, cresci com brinquedos, é certo, mas nada que se compare ao que hoje em dia se vê por aí.
Quando andava na escola primária, daquelas modelo centenário, com oito salas de aula, sanitários turcos e muito espaço ao ar livre para correr e saltar, a brincadeira de eleição, futebol à parte, era o “Jogo do Prego”. Hoje em dia, se vejo o meu filho com alguma coisa mais afiada na mão chamo-lhe logo a atenção para os perigos. Esqueço-me que, quando tinha a idade dele, levava todos os dias na pasta um prego, ou melhor uma cavilha, com que nos entretínhamos a jogar nos intervalos, no recreio de terra batida, a ver quem completava primeiro o círculo. E havia ainda o pião, ou a mona, a minha preferida. As raparigas ficavam-se pelo elástico ou pela corda, a que nós, rapazes, também jogávamos, fingindo que o fazíamos a contra-gosto.
A saída da escola primária para o ciclo marcou o fim desse tipo de brincadeiras, pelo menos as mais arrapazadas, porque as meninas continuaram sempre com o elástico e a corda atrás delas. Curiosamente, ou talvez não, não se viam bonecas na escola. Carrinhos, um ou outro apenas. Aliás, na época o que estava em alta eram os carrinhos de rolamentos, que agora parecem ter regressado.
Mas, dizia eu, no ciclo, muito antes de “playstations” e “gameboys”, mas numa altura em que o Spectrum começava já a criar os primeiros viciados nos jogos electrónicos, quem mandava eram quem tivesse o maior saco de berlindes. Tal era a apetência pelos berlindes que a escola preparatória que frequentei tinha um percurso próprio, ao género de mini-golfe, com diversos campos diferentes, que nos intervalos se enchiam de miúdos agachados atrás das pequenas bolas.
E que dizer do futebol jogado com uma bola de ténis e utilizando os bancos do recreio como balizas? Os autênticos campeonatos mundiais que se disputaram nos pequenos átrios das salas de aula… Brincadeiras improvisadas, num tempo em que havia brinquedos, claro, mas em que, penso eu, não se tinha ainda dado a explosão de todo o consumismo que vemos hoje, em que o melhor é o que tem o jogo electrónico mais moderno, onde as marcas e a ampla oferta à mão de semear superaram o “desenrascanço” típico de uma criança que, quando queria brincar, inventava os seus próprios brinquedos, os seus próprios jogos. Hoje são apenas um momento de nostalgia.

14 dezembro 2007

Não se pode

Não se pode ver televisão nesta altura do ano. Ou melhor, do Verão para cá, porque parece que os publicitários decidiram que, findo Agosto, já é tempo de Natal. Nas últimas semanas, contudo, ver televisão, especialmente de manhã e ao fim de semana (porque será?) tornou-se uma tarefa impossível.
Para quem não tem filhos é tal a enchente de anúncios sobre brinquedos e afins que se torna enjoativo. Para quem os tem, é bem pior. Ora andamos nós, pais, a apertar o cinto para fazer face à crise (que a há, sr. ministro da Economia, não duvide) e eis que se oferece aos nossos filhos uma janela aberta para um mundo de coisas que eles querem ter e nós não podemos, ou não queremos, ou melhor ainda não devemos dar. É desligar a televisão, está claro. Não há melhor remédio.
Mas não se pense que a ameaça fica resolvida. Basta sair de casa para ver que a tentação nos persegue. Anúncio aqui, anúncio ali. Se resolvermos enfrentar a besta e entrar numa superfície comercial, então aí… estamos perdidos. Só falta pegarem em nós ao colo e levarem-nos a dar uma volta pelo mundo da brincadeira. O mundo onde a Playstation rivaliza com a Barbie, onde o Action-Man ataca, de metralhadora em punho, o desgraçado do Noddy que se lhe atravessou no caminho. O mesmo mundo onde parece que o tamanho é que conta, quanto maior o boneco, melhor. Um mundo a evitar.
É claro que, no fim, somos sempre atacados por aquele vírus maléfico que é o olhar terno das crianças… por isso o melhor mesmo é não sair de casa. Mas manter a televisão desligada e… ler um livro, por exemplo. Até dia 6 de Janeiro, pelo menos.

11 dezembro 2007

Unidos na hora da morte (2)

Como referido no post anterior, a proposta de Paula Caldas para o surgimento de uma casa mortuária em cada freguesia reuniu o consenso e o voto unânime da Assembleia Municipal de Paredes de Coura. Ainda bem. Mas será que esse consenso vai continuar com a tentativa de aplicação desta resolução no terreno?
A proposta agora aprovada visa o apoio, por parte da Câmara Municipal, à construção ou reconstrução de uma casa mortuária em cada freguesia. Acresce que na vila esse equipamento deverá ter capacidade para dois corpos em simultâneo e câmara de frio. O subsídio a atribuir será igual para todas as freguesias e a gestão destas estruturas ficará a cargo das respectivas juntas de freguesia.
Mas, e a Igreja onde fica no meio disto tudo? É que, como bem ressalvou o presidente da Junta de Freguesia de Paredes de Coura, o protocolo a firmar entre as várias partes, deve assegurar que qualquer religião terá direito a utilizar as casas mortuárias. Ora, sabendo de antemão que elas vão funcionar em edifícios da Igreja Católica, ou construídos em terrenos desta mesma Igreja, como se irá processar esse “entendimento”?
Olhando em volta e vendo alguns casos de que a comunicação social vai fazendo eco, em que pessoas de religiões diferentes viram vedado o acesso a cemitérios ou mesmo a um funeral condigno, quer-me parecer que vai ser preciso trabalhar muito para conseguir trazer para as paróquias o consenso conseguido na Assembleia Municipal.

Unidos na hora da morte (actualizado)

À primeira vista, quem leu a notícia ontem publicada no Jornal de Notícias pensa duas coisas: em primeiro lugar, que a Assembleia Municipal de Paredes de Coura é um palco de consensos; em segundo lugar que Paula Caldas, deputada municipal do PSD é capaz de gerar esses mesmos consensos. Pois… mas não é bem assim.
Quem leu o jornal de ontem não sabe, por exemplo, que a proposta agora aprovada por todos os grupos políticos representados na AM, já tinha sido apresentada antes. Por duas vezes. Em Setembro praticamente nem chegou a ser discutida porque, por sugestão do presidente da Câmara, foi adiada e já antes disso, na reunião de Junho, foi pedido à proponente o seu adiamento para outra data, de modo a gerar o tal consenso.
Vistas assim, as coisas mudam de figura, não? Pois mudam. É claro que não é isso que vai retirar mérito a uma proposta que, por intervenção da sua proponente ou do próprio presidente da Assembleia Municipal (não deu para perceber quem foi), originou um encontro dos líderes das bancadas do PS, PSD e CDU, a anteceder a reunião do passado dia 30 de Novembro. Um encontro de onde saiu, então, o agradecido consenso partidário.
“Esta Assembleia, quando quer, consegue atingir consensos”, explicou na altura o seu presidente. Pois consegue, está provado. A grande questão é: porque não o faz mais vezes? O assunto ajudou, é certo, diz respeito a todos e todos havemos de nos ver envolvidos nele. Aliás, costuma-se dizer que na hora da morte, aos olhos dos outros, somos todos boas pessoas. Mas é apenas um exemplo! Um exemplo de que, quando o objectivo é Paredes de Coura, as suas gentes, não deveria haver cores políticas a toldar as mentes, a dominar os votos. E já por diversas vezes temos assistido a duros confrontos por causas que, à vista desarmada, mereceriam a unanimidade. Assim a política o deixasse…

07 dezembro 2007

A Beira... lá pelo Minho

Decididamente, as coisas não correm de feição no cinquentenário da publicação de "A Casa Grande de Romarigães". Por um lado o atraso verificado nas comemorações "oficiais", promovidas pela Câmara Municipal de Paredes de Coura e que decorrem amanhã e domingo, conforme programa que se pode ver aqui. Um encontro de leitores de Aquilino Ribeiro, a visita ao local que inspirou o escritor e uma exposição de fotografias de Rui Luís Romão, actividades promovidas pela Cooperativa Árvore, e que surgem praticamente no final do ano em que se assinala a efeméride. Tarde e, na minha opinião, com reduzida divulgação. Mas enfim...
Por outro lado, temos que, só a meados deste ano é que a Bertrand, editora responsável pela publicação do livro, resolveu reeditar a obra, prestando-lhe assim, e ao autor, a devida homenagem. Mas, será que na Bertrand, alguém leu o livro? Quer-me parecer que não! Não acredita? Então faça como eu, clique aqui e leia a nota introdutória que a editora faz a "A Casa Grande de Romarigães". Se não quiser clicar, fica aqui a transcrição: "Este romance reproduz a mundivivência das terras nortenhas e aproxima o texto ficcional da realidade narrada, numa Beira rural e analfabeta ancorada numa sociedade patriarcal. Misturando erudição com a linguagem popular, Aquilino capta esse ambiente arreigado na religiosidade e na crendice e revela o instinto camponês com todas as superstições e todos os subterfúgios assossiados à obsessão de propriedade."
Leu? Também eu, e não quis acreditar... Partindo do princípio que falam da Beira interior e não da Beira, cidade de Moçambique (o que ainda seria pior), esta nota só demonstra desconhecimento. Então agora Romarigães, concelho de Paredes de Coura, distrito de Viana do Castelo, fica na Beira? É certo que Aquilino nasceu por aqueles lados, mas um fácil exercício de pesquisa mostraria a informação correcta. E o pior é que as más informações se propagam. E assim, não é só a Bertrand que induz o leitor em erro. Também a Fnac e outras livrarias online alinham pelo mesmo diapasão e dão o cenário de Romarigães algures na Beira interior de Portugal.
Lamentável, no mínimo. A quem de direito, na Bertrand ou noutra livraria qualquer, recomendo apenas e só uma voltinha por algumas páginas da Internet ou por uma enciclopédia mais actualizada. Ou que leiam jornais, como este aqui. É o suficiente para ficarem a saber um pouco mais sobre "A Casa Grande de Romarigães". De qualquer das formas, e já que falei no assunto, o melhor mesmo é lerem o livro. E até podem comprá-lo nesta livraria online. A informação é a mesma, errada, mas o preço parece ser mais em conta.

Para reciclar é preciso ter onde

Pois é, um blogue aberto à participação dos leitores tem destas coisas: as reacções.
Ontem lancei novo inquérito ao lado, na barra lateral, sobre a proposta-que-ainda-não-o-é-e-que-pode-nunca-o-ser, através da qual o Governo quer aplicar uma taxa qualquer, assim à laia de imposto dissimulado, sobre os sacos plásticos vulgarmente utilizados nas compras. O objectivo máximo, dizem, é reduzir a quantidade de resíduos deste tipo, que levam algumas centenas de anos a serem reintegrados na Natureza. Reduzir, reciclar e reutilizar continuam, portanto, a ser as palavras de ordem. Mas, para reciclar é preciso ter como…
Isso mesmo disse um leitor do Mais pelo Minho, que me fez chegar um email onde lembra que, por muito boa vontade que um cidadão tenha de dar o seu contributo para a melhoria do ambiente, é preciso ter os meios para tal. Falava o tal leitor dos conhecidos ecopontos e de como são poucos os que existem espalhados pelo concelho, nomeadamente nas freguesias rurais. Tem razão. Aliás, já por diversas vezes a Câmara Municipal foi chamada à razão por esse motivo. E porque não aparecem mais? Simplesmente porque não compete tal coisa à autarquia, mas sim à ValorMinho, empresa responsável pela recolha e tratamento dos resíduos dos municípios do Vale do Minho.
Mesmo assim, como respondi no email e torno a reafirmar agora, em Paredes de Coura existe, no mínimo, um ecoponto em cada freguesia. E se a vontade de participar na transformação do planeta é mesmo real, então há sempre hipótese de levar o vidro, o cartão ou as embalagens até ao conjunto de recipientes mais próximo. Não é tão prático, é certo, mas por isso mesmo torna-se um gesto ainda mais valioso.
Na vila, pelo contrário, os ecopontos pululam em cada esquina, num bom aproveitamento das obras de requalificação urbana de que o centro foi alvo aqui há uns anos. Ainda assim, e como foi já referido noutros locais e por diversas vezes, a forma de trabalhar dos receptáculos não é a melhor, impossibilitando a colocação de volumes de grandes dimensões, nomeadamente no papelão. Além disso, há zonas fora do “núcleo urbano” que continuam sem ecoponto. O exemplo mais flagrante será o da Volta da Quinta, onde existem alguns estabelecimentos comerciais e reciclagem… nada. Que venha o ecoponto.

06 dezembro 2007

Pela estrada fora, eu vou, eu vou...

A minha memória já não é o que era, mas tenho a vaga ideia que o título do post é parte integrante duma música de “O Capuchinho Vermelho”. De qualquer das formas tenho quase a certeza de que se trata de uma música infantil. Talvez por isso, ainda hoje, muitas das nossas crianças e jovens a coloquem em prática todos os dias, a caminho da escola, pela estrada fora, porque passeios não existem.
Passa-se em muitos locais, e passa-se também no nosso concelho. Veja-se, por exemplo, o acesso à Escola EB 2.3/S de Paredes de Coura, ali a partir do pontão na saída do túnel, até à zona escolar. Sem passeios, aquele que é, provavelmente, o principal acesso àquela escola, é percorrido todos os dias por algumas dezenas de crianças que arriscam a caminhada pela berma da estrada.
Poderão dizer, como eu também eu o disse já, que a maior parte dos alunos daquela escola utilizam os transportes públicos e que por isso a construção de passeios naquele acesso não é uma prioridade. Mas, e questiono eu também, será que os passeios em Resende, na estrada que liga Coura aos Arcos de Valdevez, são mais importantes? É que lá, onde serão muito menos as pessoas a passar a pé, estão a fazer passeios. Só lá.
E depois também não faltará quem diga que esta questão dos passeios é de menor importância, quando comparada com outras que afectam os alunos do concelho, e não só. Pois! Têm razão, infelizmente. Por Paredes de Coura, só para dar um exemplo, é mais preocupante (pelo menos para mim) ver crianças de 6/7 anos sozinhas à espera do autocarro nas freguesias, ou sozinhas à porta da escola, ali deixadas (sabe-se lá com que custo) pelos pais muito antes do horário de abertura. Mas, creio eu, é mais fácil resolver a questão dos passeios do que a das mentalidades ou dos horários de trabalho.
Por último, haverá também quem, como eu, lembre que noutros tempos não havia passeios e que muitos de nós tivemos de ir a pé para a escola, sozinhos, à chuva e ao frio. Pois! Mas haverá também, sempre, quem nos diga que temos de procurar um futuro melhor para as gerações futuras.

04 dezembro 2007

Certezas & Dúvidas

Certeza: se o PSD estivesse à frente da Câmara de Paredes de Coura não tínhamos parques de estacionamento subterrâneo. Dúvida: se o PSD estivesse à frente da Câmara de Paredes de Coura tínhamos um concelho mais próspero, mais desenvolvido, com mais população e com melhores condições de vida.
É mais ou menos isto que se pode extrapolar das intervenções de Fernando Carranca na última Assembleia Municipal. Fazendo uso do tempo de antena que aquele órgão autárquico lhe oferece (e que muitas vezes não é aproveitado), o líder da bancada social-democrata aproveitou para, num dois em um, criticar a proposta de orçamento para 2008 e a actuação da Câmara nos últimos anos, e ao mesmo tempo mostrar que o seu partido teria feito diferente, assim ao jeito de campanha eleitoral.
E então ficamos a saber (mais uma vez) que o PSD não construía os parques. Nem os dois de estacionamento subterrâneo, nem os dois de lazer que a autarquia projecta para o futuro. Dão prejuízo, não é novidade. O orçamento para 2008 aponta as receitas na ordem dos 50 mil euros. A deputada comunista Catarina Moreira fez contas e chegou ao valor de 136 EUR/dia. “Mais valia serem gratuitos”, lançou a representante da CDU. Algo que também os social-democratas já tinham sugerido em tempos.
Mas o problema foi serem construídos, explicou Fernando Carranca, pois o orçamento para 2008 continua a mostrar “dificuldades financeiras resultantes da construção dos parques”. Talvez por isso o líder da bancada do PSD refere que as opções do Plano não trazem obras estratégias, antes obras não prioritárias. “Vemos mais embelezamento para a vila, o que é igual a mais esquecimento das aldeias”, explicou Fernando Carranca, realçando que “são obras que dão mais nas vistas porque as eleições não estão longe”.
Não estão? Faltam pouco menos de dois anos… mas são só em Outubro de 2009. Para a Câmara e para as juntas de freguesia. Será que Fernando Carranca também estava a pensar na substituição de alguns candidatos no próximo acto eleitoral? É que muito se falou de represálias antes desta AM, aludindo-se ao facto de os presidentes de junta do PSD poderem votar favoravelmente o orçamento, como veio a acontecer.
Por um lado questiona-se: se estava aprovado à partida, o voto deles faria diferença? E se assim é, porquê afrontar o partido que os elegeu? Mas, por outro lado, há também quem diga que, a haver represálias, estas poderão surgir do lado dos social-democratas. Inclusivamente, a suspensão dos trabalhos da AM pedida por Fernando Carranca a meio da discussão do orçamento, deu a entender que se tratava de uma derradeira tentativa de conseguir o voto contra dos presidentes de Junta. Se assim foi, não teve sucesso.

03 dezembro 2007

O orçamento do "pentelho"

Depois do “orçamento do queijo”, como ficou conhecido aquele que foi apresentado pelo Governo de António Guterres e aprovado com o voto de Daniel Campelo, temos agora o “orçamento do pentelho”. A explicar mais adiante.
O Orçamento para 2008 era o tema forte da Assembleia Municipal de Paredes de Coura, realizada na passada sexta feira. E foi aprovado, como se esperava. Com os votos do PS e também dos presidentes de Junta do PSD, igualmente como previsto. Ainda assim foi preciso esperar até quase à uma da manhã para levar o documento forte da gestão da Câmara à votação. Pelo meio, bastante discussão por parte da oposição e a suspensão dos trabalhos, pedida pelos social-democratas.
Com Maria José Fontelo ausente, depois da polémica resultante da última reunião, coube a Fernando Carranca a liderança da bancada e das críticas ao documento apresentado pelo Executivo de Pereira Júnior. Críticas que, contudo, se centraram demasiado na questão omnipresente da concessão da rede de distribuição de água no concelho. É certo que o deputado do PSD também lembrou que este orçamento ainda está a sofrer os efeitos do endividamento da câmara para construir os parques de estacionamento, tendo ainda referido que faltam obras estratégicas com vista à melhoria do concelho, especialmente quando analisada a situação das freguesias, mas a “privatização” da água dominou o debate.
Dela falou também Catarina Moreira, que abriu as hostilidades com aquilo que Pereira Júnior considerou “uma redacção muito boa, mas sem conteúdo”. Um texto bem elaborado, sem dúvida, onde a representante da CDU escalpelou o suposto “rigor técnico” do orçamento proposto onde predomina a rubrica Outros o que, na sua opinião, é revelador exactamente do contrário, ou seja do improviso e da falta de rigor técnico. “Vamos chamar os bois pelos nomes, nós não temos capacidades adivinhatórias”, acabaria por desabafar a deputada comunista, depois do presidente da Câmara ter explicado alguns dos “Outros” do orçamento para 2008.
Questões demasiado técnicas, na análise de um documento que se quer técnico, mas que é também, acima de tudo, um documento político, já que é que ele que, teoricamente, vai delinear a acção da Câmara no próximo ano. Por isso mesmo, Luísa Castro, do PS, não hesitou em considerar que a oposição estava preocupada com um “pentelho”. “Há mais dúvidas técnicas do que sobre as opções do Plano”, criticou a deputada socialista. E então, vá de dar uma aula de Contabilidade Autárquica aos presentes. Para a próxima sessão está marcada aula de Introdução à Política I e II?

30 novembro 2007

Ainda bem... por tão pouco (actualização)

E não é que vale a pena chamar a atenção!? Depois da crítica dois posts mais abaixo, eis que surge aqui a informação que se pedia. Ainda vai a tempo.

29 novembro 2007

Segundo "round"

Amanhã há Assembleia Municipal de Paredes de Coura. Pelas 21 horas, nos Paços do Concelho. Agradeço a informação fornecida pelo Eduardo Daniel Cerqueira, porque na página da Internet deste órgão autárquico só aparece a convocatória para a sessão de… Setembro. Acho que não se trata de lapso ou esquecimento. Provavelmente o site ficou bloqueado depois da última reunião. É que, recorde-se, a sessão ficou na memória não tanto pelo que lá se discutiu ou deixou de discutir, mas sim pela polémica causada pela intervenção da líder da bancada social-democrata que, segundo se pôde ler na comunicação social, terá dirigido duras palavras ao seu vereador. Coisa que, no entanto, o referido vereador já fez questão de desmentir.
De qualquer das formas, aguarda-se com expectativa a reunião de amanhã. Não se julgue, contudo, que é por estarmos à espera de ver Maria José Fontelo e José Augusto Viana de novo envolvidos em polémica pelo que disseram ou deixaram de dizer. Tricas que até ajudam a animar o serão no salão nobre da Câmara Municipal mas que não passam disso mesmo, de tricas, “fait-divers” e distracções. A expectativa reside, explique-se, na ordem de trabalhos da reunião, nomeadamente no segundo ponto da ordem do dia que é, nem mais nem menos, que a apreciação, discussão e votação das opções do Plano e Orçamento da autarquia courense para o próximo ano, o documento mais importante da gestão da Câmara.
Tema quente, portanto, mesmo sabendo de antemão que o Orçamento vai ser aprovado pela maioria socialista. Mas, num assunto tão importante como este, e sendo do conhecimento público que os presidentes de junta foram ouvidos na elaboração de tal documento, será curioso ver se haverá alguma reclamação em cima da votação. Além disso, tenho na memória as palavras de Décio Guerreiro aquando da votação em reunião de Câmara. Ele e José Augusto Viana votaram contra o Orçamento para 2008, mas deixaram bem claro que reconhecem liberdade de voto aos membros da AM eleitos pelo seu partido. Nomeadamente aos presidentes de junta, realçou o vereador.
E porquê, pergunto eu? Haverá represálias para os que se opuserem à escolha da maioria que governa a Câmara? É que essa é, pelo menos, a suspeita mais ou menos dúbia que deixam subentender as palavras de Décio Guerreiro. Serão apenas insinuações, mas não é por isso que deixam de ser muito graves. E, das duas, uma: ou são explicadas ou são investigadas.

28 novembro 2007

Ainda bem... por tão pouco

Ainda bem que temos o Notícias de Coura para nos dar a informação que a Câmara não consegue fazer passar. Afinal andava eu tão enganado, a pensar que a autarquia de Paredes de Coura se tinha esquecido das comemorações dos 50 anos da publicação de "A Casa Grande de Romarigães" quando tal não era verdade. Quer dizer, eu sabia que o escritor Mário Cláudio tinha sido incumbido de programar a evocação de tão grande efeméride, isso sabia. Como também sabia que o Executivo camarário tinha aprovado, no passado dia 5 de Novembro, uma proposta para essa celebração, feita pela Árvore, cooperativa portuense dedicada às questões culturais. Cerca de 50 mil euros para um encontro de leitores e uma actuação musical do guitarrista Pedro Caldeira Cabral. E mais nada.
No site da Câmara nem uma informação sobre a data de tal evento, ao que parece marcado assim em cima do joelho, do género "tem de ser em Dezembro porque os 50 anos comemoram-se em 2007 e não em 2008". Ahh... mas lembrei-me que, em Setembro, já tinha lido qualquer coisa sobre o assunto. Procurei aqui no meio da papelada e lá encontrei. Em Setembro a autarquia de Paredes de Coura anunciava que o tal encontro de leitores, o que foi aprovado este mês, em cima da hora, iria ter lugar a 1 de Dezembro.
Mas, o dia 1 de Dezembro é no próximo sábado! Não pode... assim tão em cima da hora! Se na Câmara não há qualquer informação, então é porque foi adiado, só pode. No entanto, como nestas coisas não há certezas, só me restavam duas coisas: esperar pela próxima agenda cultural e ver se aparecia lá alguma coisa, ou então aguardar a próxima edição do Notícias de Coura e ficar a saber tudo sobre o assunto. E assim fiz. Ontem ao chegar a casa abri o jornal e lá vinha o programa tão desejado. Ahh.. afinal é no dia 8 de Dezembro. Quase que não chegava a tempo...
Mas será que é mesmo nessa data? E é só isso? Admira-me a Câmara não divulgar mais um evento do género, por um lado, e por outro lado ficarem-se as celebrações apenas por um encontro de leitores. Mas, se vem no jornal, há que acreditar.
Se calhar o melhor mesmo é aguardar pela agenda cultural e ver se aparece lá alguma coisa sobre o assunto. Ou então continuar a seguir os blogues de Jofre Alves, a quem "pedi emprestada" a fotografia que ilustra este post. Ele que, bem preparado, tem evocado a efeméride ao longo de todo o ano, ocupando um papel que se calhar caberia à autarquia, será que foi convidado para participar no tal encontro de leitores?

27 novembro 2007

Contas feitas

Procurei…mas não encontrei. Em lado nenhum. Será de admirar? Não. E que procurava eu assim de tão transcendental? Nada de especial, apenas a proposta de orçamento da Câmara Municipal de Paredes de Coura para o próximo ano. Mas nada… Não encontrei em lado nenhum.
São já várias as autarquias que disponibilizam esses documentos online, nas próprias páginas Internet de cada município para poderem ser consultados pelos seus munícipes. Afinal, não será esse o objectivo principal dessa mesma página, ou seja fomentar uma melhor comunicação entre governantes e governados? Claro que sim! Basta fazer um pequeno exercício de pesquisa pela Net para verificar que muitos municípios têm ali, à distância de um click, toda a informação que interessa aos munícipes.
Em Coura também já temos muito e saúda-se o melhoramento substancial do site da Câmara nos últimos dois anos, mas ainda há documentos que lá não aparecem e bem que podiam aparecer. E exemplo maior é o orçamento do município para 2008. Não está lá! Sabemos que é de cerca de 23 milhões de euros, que foi analisado em reunião extraordinária da autarquia realizada há duas semanas, e que foi aprovado com os votos a favor da maioria socialista e os votos contra da oposição social-democrata. Ora, se a aprovação não é surpresa, já o voto contra da oposição é novidade, pois no ano passado, com um orçamento ligeiramente superior, o PSD votou ao lado da maioria. Será que o orçamento mudou assim tanto? Não sabemos, pois que não temos o documento…
Mas temos as críticas de Décio Guerreiro e José Augusto Sousa, os dois vereadores social-democratas, que dizem que no orçamento para 2008 constam diversas obras já executadas durante este ano, sinal de que foram feitas mas não foram pagas. O que, aliás, já tinha acontecido no ano passado, em que afirmavam que 20% do orçamento de 2007 se reportava a obras que já estavam terminadas em 2006. Ou seja, encontramos obras repetidas que já sabemos, à partida, que não serão feitas em 2008… porque já estão feitas e só aparecem no documento para justificar o seu pagamento.
A oposição critica ainda a repetição do orçamento de 2007 nas previsões para o próximo ano, naquilo que considera ser “reflexo da baixa percentagem de execução de 2007”. A finalizar, a informação de que o PSD não concorda com “a proposta da venda de água”. Estarão a falar da privatização? Não sabemos, não temos o documento, mas ficamos à espera do aumento das tarifas.

22 novembro 2007

Pelas notícias...

Também nós...
Os habitantes da Galiza querem ver os canais portugueses de televisão em sinal aberto. Pois... Também nós! E já nem pedimos a SportTv ou a SIC Notícias. Bastam-nos os quatro canais de acesso livre em boas condições de recepção. E daí, se pensarmos bem, até dispensamos a TVI. E acho que os galegos, quando conhecerem a programação, também dispensam.


E só eles é que protestam?
O Partido Ecologista "Os Verdes" contestou na Assembleia da República o PIDDAC 2008 para Viana do Castelo, aludindo ao "desinvestimento" da administração central neste distrito. Se não fossem "Os Verdes" estavamos bem tramados. Os deputados de "Os Verdes" eleitos pelo distrito é que fazem um bom trabalho. O quê? Não há deputados "verdes" eleitos por Viana? Só do PS, PSD e CDS-PP? Então e eles estão à espera de quê?


Às escuras não vi as horas
Números da EDP hoje divulgados no Jornal de Notícias dizem que, em média, os portugueses estiveram 105 minutos sem luz em 2006. Sinceramente não sei quanto tempo dura uma vela, mas tenho cá para mim que nós, em Paredes de Coura, estivemos mais. Tenho de comprar um relógio com mostrador luminoso pra começar a controlar isso. Ou então um gerador. O que gastar menos luz, porque ela por aqui tende a falhar... muito.

Esteve mesmo para passar por cá
O Dakar volta a ter Lisboa como ponto de partida, à semelhança do que aconteceu no ano passado. Mas a edição de 2008 passa também pelo Ribatejo, antes de rumar ao Algarve e daí a Espanha. Acho que a organização ainda equacionou uma etapa por terras de Coura, dado o estado em que se encontram algumas das estradas do concelho, mas depois achou que os jipes não aguentavam tanto. Paciência. Fica para a próxima.

Em pratos limpos

Alguém comprou? Alguém conseguiu comprar aquela colecção exclusiva? Falo da colecção única de seis pratos de porcelana, com motivos alusivos a Paredes de Coura, que uma empresa de Lisboa teve à venda recentemente, por um período limitado de tempo. Alguém comprou? A sério que queria comprar os seis pratos, mais não fosse para ter o prazer de comer um cozido à moda de Bico em cima da Câmara Municipal, ou um arroz das Vessadas sobre a imagem do edifício do Turismo!
Ai os pratos eram para enfeitar, não para utilizar?! Ahh!… Peço desculpa, não reparei. É que fiquei tão fascinado com os motivos representados em tão ilustre colecção que nem sequer vi para que serviam. Eram pratos, então pensei que fossem para comer. Ou para deitar ao lixo. Se calhar mais até para deitar no lixo…
Agora a sério, acredito que tenha havido muito gente a comprar a colecção de seis pratos em porcelana. Há gostos para tudo e, como costuma dizer-se, gostos não se discutem. Mas, desconhecendo quem teve a ideia e quais os critérios da escolha dos cenários, não posso deixar de criticar tal escolha.
É claro que tudo isto tem um objectivo comercial. Ninguém se lembrou de fazer estes pratos apenas com o intuito de homenagear o concelho e os courenses. Mas que dizer de uma iniciativa que, num concelho com 21 freguesias, cada qual com sua maravilha (basta ler o Notícias de Coura para as ficar a conhecer), foi buscar para “embelezar” os pratos seis imagens da vila, sede do concelho?
Não haveria cenários mais interessantes? Que dizer de uma ponte românica, de uma Cividade ou de uma igreja de S. Pedro de Rubiães? Não! Optaram os promotores desta colecção pela imagem da Igreja Matriz ou do chafariz junto à Misericórdia. Não retirando o devido valor a cada um, acho que não são suficientemente fortes para representar a beleza, ainda que arquitectónica, do concelho. Mas a cereja em cima do bolo surge no prato que ostenta um grande símbolo do concelho, da vila, da arquitectura courense até: a imagem do Tribunal de Paredes de Coura.
Será que, ao ouvirem dizer que estaria para fechar, os responsáveis pela colecção pensaram que seria um edifício marcante na história do concelho? Ou, com medo que ao fechar o deitassem abaixo, resolveram perpetuar a sua imagem na cristaleira de todos os courenses? Fiquei na dúvida e não comprei. E agora? Alguém tem para vender?

21 novembro 2007

À mesa é que a gente se entende (2)

Depois de escrever o post anterior, fiquei a matutar nesta questão da gastronomia enquanto chamariz turístico. Nada de novo, aliás. Quem não se recorda dos visitantes que faziam fila para provar a truta da Miquelina. Eu não, que não a cheguei a conhecer, mas pelo que me contaram justificava bem a fama que tinha.
Mas a gastronomia é mais que um chamariz. Acho mesmo que é um importante património do Minho que merece ser defendido, quer pelas entidades do sector, quer por parcerias como as confrarias que procuram zelar pelo bom nome de alguns pratos em particular, da gastronomia em geral, num tempo em que os rojões à moda do Minho têm de lutar taco a taco com os hambúrgueres “a la McDonalds”.
Tenho de admitir que gosto dos dois. Dos rojões, à moda do Minho ou da Bairrada, e dos hambúrgueres que proliferam em qualquer grande superfície comercial. Mas, neste duelo entre o tradicional e o fast food, verifico (e ainda bem) que, cada vez mais, lutam lado a lado, disputando clientes num mesmo espaço. É comum ver uma praça da alimentação onde os estabelecimentos de comida mais ou menos rápida partilham o espaço com restaurantes mais ou menos tradicionais. Vejo o exemplo do Estação Viana, onde entre McDonalds, Pizza Hut e Companhia das Sandes, encontramos a gastronomia típica do Alto Minho no Camelo ou o sabor fresco do peixe da nossa costa na Taverna do Valentim. Dois marcos da cozinha de Viana do Castelo, do Minho pois então, que ali participam numa miscelânea de sabores e culturas. Para quem quer continuar optar pelo tradicional em detrimento do global.

20 novembro 2007

À mesa é que a gente se entende

Será que a gastronomia ainda continua a ser motivo de atracção de turistas? Será que continuamos a ter na mesa um factor de peso quando surge a hora de decidir o destino de um fim de semana, de um passeio? A minha resposta a ambas as questões é a mesma: nem só, mas também.
Há turistas que continuam a vir ao Minho em busca da boa mesa, da boa gastronomia. E as entidades do sector reconhecem isso. Veja-se o exemplo da Câmara Municipal de Braga, que tem estado a promover na Galiza, uma iniciativa de cariz gastronómico que vai decorrer naquela cidade. O objectivo é mais que óbvio, apelar ao apetite de "nuestros hermanos".
Ainda acho que a gastronomia vale, por si só, enquanto atractivo turístico. Mas também sei que, nos tempos que correm, muitas vezes um bom restaurante não chega. Mas e se for um bom restaurante numa região onde pontificam vários outros pontos de interesse, sejam eles na natureza ou no património construído, na oferta cultural ou recreativa de uma determinada vila ou cidade? Então aí temos o pacote completo.
E o Minho oferece-nos o pacote completo? Claro que oferece! A gastronomia não está sozinha na oferta turística de uma região que, agora mais que nunca, deve ser vendida como um produto único, um todo, uma região. E tanto pode ser uma ida ao sarrabulho aliada à visita a um museu, como uma caminhada pela natureza regada a Alvarinho... Exemplos descabidos, é certo, mas que mostram bem a diversidade que pode ser criada de forma a gerar uma maior, ou melhor mais alargada, capacidade de atracção.

Frase do dia

"Uma ambulância? Só um momento, vou ver se arranjo um motorista!"

15 novembro 2007

Quantos são? Quantos são?

Dez concelhos tem o distrito de Viana do Castelo. Só dez, nem mais nem menos. E aqui fica a indicação de todos eles: Arcos de Valdevez, Caminha, Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Ponte da Barca, Ponte de Lima, Valença, Viana do Castelo e Vila Nova de Cerveira. Informação acessível a qualquer um, basta consultar um mapa de Portugal ou uma enciclopédia daquelas de enfeitar as estantes.
Haverá quem, contudo, pense que são mais. Ou menos, sinceramente não percebi. Veja-se, por exemplo, as recentes declarações da oposição social-democrata na autarquia courense. Numa das últimas reuniões de Câmara, os dois vereadores do PSD resolveram deixar registado em acta o seu descontentamento pela forma como o distrito e o concelho foram (mal) tratados no PIDDAC previsto para o próximo ano. Nada de mais, sendo que até concordo com as críticas feitas, como já havia deixado transparecer aqui.
Mas, como diz o ditado, no melhor pano cai a nódoa, e aquela que até poderia ser uma boa intervenção política acaba manchada por um lapso bem ao estilo da história das contas do PIB que envergonhou António Guterres há uns anos. É que, conforme se pode ler na acta dessa reunião do Executivo, ainda não disponível na página da Câmara, mas afixada nos Paços do Concelho, os dois vereadores social-democratas dizem que o distrito deveria ter sido mais beneficiado, ainda para mais “tendo em conta que oito das câmaras aqui existentes são do Partido Socialista”.
Quantas, perguntamos nós? Pois… Oito, é o que eles dizem. Mas, se o distrito tem dez concelhos, e desse total Arcos de Valdevez e Caminha são do PSD e em Ponte de Lima ganhou o CDS-PP... afinal quantas ficam? Pois… ficam sete, apenas sete. Das duas, uma: ou o PSD ainda se lembra do episódio do orçamento do queijo, protagonizado pelo presidente da Câmara de Ponte de Lima, e tem Daniel Campelo como socialista, ou então já está a dar de bandeja uma das duas autarquias que tem no distrito, a pensar talvez nos resultados das autárquicas de 2009.


Actualização: A acta da referida reunião já está disponível aqui.

14 novembro 2007

(Des) Protegidos

Faz-me confusão ver caçadores numa área protegida. A sério que faz! E não tenho nada contra a caça, ou contra os caçadores (os bons caçadores, que não abandonam os cães no terreno quando estes não lhes servem mais). Mas, sinceramente, faz-me confusão como é que se pode caçar numa área protegida.
Não sei que pensar, por exemplo, quando ao domingo passo pela Área Protegida do Corno de Bico e vejo os carros e atrelados dos caçadores por ali espalhados. Nem sei se eles por ali podem andar, sinceramente desconheço. Mas ainda que possam, por nem todas as espécies animais ali existentes estarem protegidas, fico a matutar como é que se pode andar aos tiros numa área protegida. E se de repente, quando se faz pontaria a uma rola, se verifica que afinal é um picanço-de-dorso-vermelho? Será que disparam? Será que não?
E que dizer do avanço desregrado pela área protegida? E estou a falar daquela zona mais "restrita" com sinalização específica, trilhos programados, etc. Haverá algum cuidado por parte dos caçadores para não danificar a flora existente? Se não seguem os percursos marcados, porque certamente não será lá que anda a caça, como garantir que nada fica estragado ou sujo? Questões que, volto a dizer, me fazem confusão. Ainda para mais quando vejo no site do ICNB que um dos motivos que levou à classificação daquela zona como Área de Paisagem Protegida foi precisamente “a promoção do recreio ao ar livre em equilíbrio com os valores naturais salvaguardados”. Será?

13 novembro 2007

Hoje como ontem... infelizmente

O Prestige foi há cinco anos. Apenas cinco anos, mas que parecem mais, muito mais. Tantos que parece que já caíu no esquecimento. Não pode, é preciso lembrar, lembrar sempre.
Hoje, como ontem, continuam os atentados ambientais, as asneiras, as irresponsabilidades como as que originaram a catástrofe que se vive no Mar Morto. Estamos longe, mas não estamos fora de perigo. Todos os anos milhares de petroleiros continuam a passar ao largo da nossa costa.



Coura à noite

Um deserto iluminado

08 novembro 2007

Águas turvas

O que é que têm em comum o Festival de Paredes de Coura e a truticultura existente em Formariz? Para além do facto de ambos se desenvolverem a partir do rio Coura e na mesma freguesia? Para além de ambos levarem longe, cada qual à sua maneira, o nome do concelho (ainda há tempos descobri que os supermercados Pingo Doce são abastecidos de trutas “made in Coura”)?
A resposta é simples: ambos são apontados como causadores de episódios de poluição do rio Coura. A truticultura já por diversas vezes foi notícia por esse motivo e, inclusivamente, quem de direito já analisou à água da zona envolvente, e terá detectado elevados índices de factores poluentes. Já o Festival tem passado incólume e, a bem da verdade, não há nada que indique taxativamente que polui o Coura. Taxativamente, disse eu, porque indícios disso não faltam.
Que o digam as análises levadas a cabo semanalmente pelo INAG, durante toda a época balnear. Mesmo para quem, como eu, é um leigo nestas questões, salta à vista que a tradicionalmente “aceitável” qualidade da água do rio, na praia fluvial do Taboão, foi este ano, por duas vezes, considerada má. Uma delas, precisamente na semana do festival, com a colheita das águas efectuada no dia seguinte a ter terminado este evento, a registar um aumento considerável dos valores de coliformes totais e coliformes fecais existentes no Coura. Para um leigo, como eu, isto significa águas poluídas, com a indicação de que a praia fluvial ficaria (ficou mesmo?) interdita pelo delegado de saúde.
Um mal menor, dirão alguns. Pois, mas um mal… Se provocado pela concentração de milhares de pessoas naquele espaço ou se pelo deficiente encaminhamento dos esgotos das estruturas temporárias que são montadas de um lado e do outro do rio, isso já não sei. Sinceramente espero bem que se fiquem a dever ao primeiro cenário. É que se for por causa da canalização de esgotos para o rio, é um comportamento que deve ser punido. Se a Câmara está (parece?) tão preocupada com os despejos das vacarias, como se explica a falta de acompanhamento de uma situação como esta, numa zona que é um dos ex-libris turísticos do concelho?

07 novembro 2007

Não sei porquê...

... mas concordo com muito do que escreve o Pedro Morgado neste post do Avenida Central. Ou se calhar até sei...

Quando a sirene toca

Toca a sirene. Mais uma vez. Tem tocado bastante nos últimos dias. De dia. De noite. Toca a sirene. Parece Verão! Em Novembro? Sim, parece Verão.
No quartel a azáfama é grande. Todos os dias há um, dois, três focos de incêndio. De Mozelos a Parada, de Bico a Rubiães. Parece Verão, há quem diga. Pois parece. Há calor, há incêndios, há incendiários. Sim, parece Verão.
Mas é um Verão fora de horas, fora de meses, até. Onde vai já o “período crítico” dos fogos florestais, que este ano registou o menor número de ocorrências dos últimos tempos. Pudera, se só agora é que é Verão… Mas no Verão de Outubro, de Novembro, os incêndios multiplicam-se em Paredes de Coura, em Ponte de Lima, em Valença, no Gerês e um pouco por todo o lado, por todo o país. Nos jornais vem até a notícia de uma corporação que no último mês teve 40 intervenções na mesma freguesia. É por causa do Verão…
É que o Verão acabou e com o Outono regressaram as fogueiras para queimar os restos da limpeza dos campos. Pois o papel afixado na Junta de Freguesia diz que já se pode fazer fogueiras, porque não se hão-de fazer? Só porque, apesar de estarmos em Novembro, ainda é Verão?
E a sirene a tocar. De tal modo que, essa tal corporação, em Oliveira de Frades, já terá sido acusada de fazer muito barulho e, mais dia, menos dia, ainda a proíbem de tocar a sirene a chamar os voluntários. Que arda, então? Que se mude o sistema e se acabe com a sirene? Em muitas corporações a sirene já foi substituída por um pager, um alerta no telemóvel. Por cá continua a sirene, sem queixas. É que os telemóveis ainda perdem a rede com alguma facilidade. Toca a sirene. Infelizmente. Não pelo toque, mas pelo que ele representa.

06 novembro 2007

Exemplos

Às vezes é preciso dar o exemplo. Outras vezes é preciso ter um exemplo para seguir. Numa altura em que se discute o estatuto do aluno, sempre com a preocupação de combater o abandono escolar, eis que me deparo com um exemplo que merece ser tido em conta.
Um exemplo, ou melhor dois, que encontrei no passado fim-de-semana, em convívio académico, e que devem ser analisados pelos jovens e por todos os outros. Especialmente por aqueles que não dão à escola o devido valor e passam pela escolaridade obrigatória como quem passeia de carro num domingo à tarde: sem interesse, sem aplicação, sem grandes expectativas.
No primeiro caso, uma pessoa que, aos 77 anos de idade, decidiu que ainda estava muito a tempo de se aplicar nos estudos e conseguir um diploma universitário. Deixou os estudos cedo, aos 13 anos, para enveredar pelo mundo do trabalho. Décadas mais tarde, com a vida resolvida e os negócios entregues aos filhos, resolveu ir em busca daquilo de que tinha sido privado. E hoje é caloiro na universidade, mostrando que nunca é tarde, nunca é longe demais.
Mas o fim-de-semana trouxe-me ainda outro caso. O de um pai que deixou os estudos a meio do antigo liceu, mas que, anos mais tarde, quando viu que o filho se preparava para fazer o mesmo, decidiu que não seria esse o seu exemplo. Vai daí voltou aos estudos, acabou o ensino secundário e entrou na universidade. Ele e o filho, por ele impulsionado, por ele motivado.
É por isso que digo que, às vezes, um bom exemplo mostra o caminho. Na educação como noutras áreas. E se não o tivemos de outros, podemos sempre ser nós a dar o exemplo.

03 novembro 2007

Acreditar. Continuar.

O Mais pelo Minho assinala hoje dois anos de existência. Uma imensidão no mundo da blogosfera, onde todos os dias nascem e morrem blogs como este.
O Mais pelo Minho, no entanto, continua. Com o seu ritmo próprio, sem pressas, sem exageros. Ao ritmo de quem o escreve, de quem lhe dá vida. À velocidade que surgem as ideias, os assuntos, as opiniões.
Dois anos serviram para trazer algumas mudanças, alguns ajustes. Trouxeram alguns leitores assíduos, certamente que deixaram outros pelo caminho. Críticas também por cá passaram, continuarão a passar. Mas não são também as críticas fonte de inspiração?
A uns e a outros só tenho a agradecer. São eles que ajudaram a dar mais vida a estes dois anos. É por eles que, semana após semana, com maior ou menor assiduidade, aqui vou escrevendo.


PS: Não gosto particularmente de bolo de aniversário, por isso partilho aqui com vocês um semi-frio de café e chocolate para assinalar a data. A receita fica para outra altura.

02 novembro 2007

Reflexões em dia de finados

Dia de todos os santos. Dia de fiéis defuntos. Nunca fui muito adepto do culto dos mortos, confesso, muito embora tenha um certo fascínio, se é que assim se pode chamar, por cemitérios. Em tempos, inclusivamente, cheguei a fazer um trabalho académico sobre a importância artística e social de alguns túmulos, nomeadamente em cemitérios mais antigos, alguns com campas datadas de há centenas de anos.
Hoje em dia, mesmo não sendo daqueles que vai todas as semanas prestar tributo aos entes queridos que partiram, admito que vou ao cemitério de quando em quando. Pelo acto religioso em si, mas também por reconhecer que é um espaço onde, ao mesmo tempo, temos um misto de aula de história e momento de recolhimento. Haverá algum silêncio mais forte que o de um cemitério?
É claro que, em dia de finados, assinalado hoje mas que, dado o feriado de ontem, é por muitos celebrado no dia anterior, silêncio é coisa que não se encontra com tanta facilidade num cemitério. É o dia em que grande parte das famílias vai mesmo ao cemitério, numa visita que, muitas vezes, é apenas isso, uma visita, circunstancial, anual… Sentida? Às vezes nem isso… Mas enfim, cada qual é como cada um e se para muitos o meditar junto da última morada dos seus familiares e amigos é um momento de reflexão, para outros é apenas um ritual que cumprem porque pareceria mal não o fazer. São as flores, as campas lavadas, as velas… uma vez no ano.
E por falar em assuntos mais mundanos num dia onde se respeita a memória, lembrei-me de uma visita recente ao cemitério da vila de Paredes de Coura. Uma visita indesejada, infelizmente, mas que me possibilitou observar duas situações que deveriam ser corrigida, uma, e precavida, a outra. Por um lado reparei que o cemitério não dispõe de quaisquer instalações sanitárias. Nem os outros do concelho, podem retorquir! Pois não, mas a maioria deles está situada junto às respectivas igrejas paroquiais e essas, pelo menos, têm sanitários. Na vila tal não acontece e não se pense que por ser um espaço para cuidar dos mortos, não se deve olhar para os vivos. A corrigir.
Por outro lado, verifiquei que o cemitério da vila padece, infelizmente, do mesmo mal que outros cemitérios do concelho: está ficar lotado. Castanheira, por exemplo, já está a alargar o seu espaço e Insalde procura uma solução para aumentar a capacidade. E na vila, como estamos? Desconheço, mas a única solução que vejo para prolongar o actual cemitério é a expansão para os terrenos confiantes nas traseiras da capela. Terrenos privados, é claro, que será necessário adquirir. Com que dinheiros? Outra incógnita, mas esta é uma compra que certamente deverá ser equacionada dentro de relativamente pouco tempo. A precaver.

30 outubro 2007

Boas novas... e más notícias

Temos estudo… outra vez
Quase dois anos volvidos desde que foi encontrada a empresa vencedora, eis que, finalmente, é adjudicada a execução do estudo que vai definir o traçado da futura ligação de Paredes de Coura à A3 e a Vila Nova de Cerveira. Prazo para execução do estudo: mais de um ano. Prazo para o estudo ser aprovado: uma incógnita. Prazo para começar a construir: há quem diga que será nesta legislatura. Eu não sou tão optimista…
O que importa aqui é realçar a atitude da Câmara de Paredes de Coura, que se colocou à disposição da empresa vencedora para prestar a assessoria necessária no terreno, já que tem obrigação de conhecer melhor que os técnicos que cá vêm pela primeira vez. Registe-se o forte interesse da autarquia em avançar com este dossier que se arrasta há anos, por um lado, e a tentativa de evitar um chumbo como o de 1998, por outro lado. A ver vamos se o traçado sai ou não.


Sem fios e sem euros
O Território com Alma traz a informação. A newsletter da Vale do Minho comprova-o, já estão no terreno os trabalhos de instalação da rede wireless de acesso à internet em algumas zonas públicas de Paredes de Coura. Ou melhor da vila, porque os dois hot-spots conhecidos até à data estão instalados na Câmara Municipal, supostamente para servir os largos envolventes, e no Centro Cultural, para quem optar por aceder à Net naquela zona.
Ainda não estão em funcionamento e desconhece-se como vai ser gerido o acesso a este sistema, mas aplaude-se a iniciativa que se vê já um pouco por todo o lado, desde centros comerciais das grandes cidades a jardins e esplanadas das pequenas vilas portuguesas.


É mesmo para pagar?
Mário Lino, o ministro das Obras Públicas garante que sim. Mas vindo dele até pode ser que seja anedota, nunca se sabe. Mas o seu secretário de Estado alinha pelo mesmo diapasão, por isso temo que seja mesmo para avançar a introdução de portagens na A28, entre Viana do Castelo e o Porto.
Venceu a casmurrice do ministro? Esperemos que não, que ele e todos os que apoiam a sua ideia luminosa voltem a si e reconsiderem. A ser verdade é uma grande injustiça para as gentes dessa zona e, por inerência, também para nós, que temos ali um acesso facilitado e gratuito ao Porto. O presidente da Câmara de Viana do Castelo é que não gostou da história e já avisou: se avançarem as portagens na A28, os pesados que circularem por Viana vão ter de pagar. Ou seja, se não quiserem pagar num lado, lá terão de pagar no outro.

26 outubro 2007

É para aqui que nos querem mandar?

O serviço de urgência do Hospital de Ponte de Lima não tem condições. A sério! E não sou eu que o digo, é o próprio director do Centro Hospitalar do Alto Minho, que coordena também a unidade de saúde de Ponte de Lima. Surpresa? Nem por isso…
Acho que ficaria surpreendido se, isso sim, me garantissem a pés juntos que o Hospital de Ponte de Lima tem as melhores condições, ou melhor as condições necessárias, para receber os doentes de três concelhos, dois dos quais dos mais populosos do distrito. Aí sim ficaria de pé atrás. É que, conhecendo eu as instalações da urgência limiana, sei que numa escala de 0 a 10, em termos de edifício e estruturas, não conseguiriam mais que um… negativo. Comparado com o Centro de Saúde de Paredes de Coura, e repito, falo apenas do espaço físico, a urgência de Ponte de Lima está a anos luz. E no entanto, é para lá que, quando o SAP fechar e todas as alternativas (?) prometidas estiverem a 100%, serão recambiados os courenses que precisarem de cuidados médicos mais exigentes.
O director do Centro Hospitalar fala também em obras, necessárias para o bom funcionamento do serviço, mas ainda sem data prevista para a sua realização. E acima de tudo sem financiamento anunciado. Outra coisa que não é novidade, nem na saúde nem outros sectores da sociedade. Ainda há pouco tempo, no início de mais um ano lectivo, se ouviu falar de escolas remodeladas recentemente mas que foram encerradas e os seus alunos transferidos para outras sem capacidade de os acolher e, acima de tudo, com muito menos condições que a ficou abandonada. Sinceramente não compreendo essa lógica de gastar dinheiro a recuperar um espaço para logo a seguir o fechar e deixar sem utilização, mas deve ser moda lá para os lados de Lisboa… Primeiro muda-se sem olhar a quê, depois acertam-se os pormenores necessários à mudança.

23 outubro 2007

Vamos a contas 2

Lá diz o velho ditado: olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço!

Vamos a contas 1

Seis euros. Apenas seis euros. É, aparentemente, quanto vale cada cidadão courense para o Governo de Lisboa. Isto pelo menos a fazer fé nos valores que o PIDDAC (Plano de Investimento e Desenvolvimento da Administração Central) prevê para Paredes de Coura durante o próximo ano, menos de 60 mil euros…
Menos que no ano passado? Claro que sim, muito embora 2007 também não tenha sido ano de fartura para estes lados. Além dos cerca de 40 mil euros destinados a financiar a construção do arquivo municipal, só tínhamos inscritos no plano anual de investimentos do Executivo cerca de 400 mil euros para custear as obras de beneficiação da EN303, da vila até Sapardos, obra que está agora a começar.
E este ano, a que se devem os cerca de 60 mil euros a que temos direito? Pois é, novamente para a construção do arquivo. E o Ministério da Cultura já inscreveu verbas relativamente mais baixas para os próximos dois anos, igualmente com o mesmo objectivo: o arquivo. Como que a dizer “ARQUIVE-SE”. Arquive-se o concelho, pois não vale a pena investir (ou será gastar) mais dinheiro em algo que não tem futuro. Preserve-se a história, o património, mas não adianta pensar em modernização, melhores acessibilidades ou outros benefícios que poderão, imagine-se, melhorar a qualidade de vida dos poucos que ainda por aqui residem e trabalham.
Sessenta mil euros, nem isso. É pouco, muito pouco, para um concelho que procura, a todo o custo, criar mais atractivos para quem cá mora, para quem cá quer morar. Só se trouxerem o investimento, porque o Governo entende que não é por aí o caminho. E nem é preciso pensar muito para ver do que Paredes de Coura necessita. Bastava aos membros do Governo consultar o arquivo para ver o correio recebido, os pedidos da Câmara, as exigências que estão à vista de todos.
Mas não! O Governo, qual animal de carga e trabalho, tem a vista limitada. As palas não o deixam ver à volta e por isso limita-se a olhar em frente. E em frente o que vê? Vê que continuamos a afundar-nos no coração do Alto Minho. Cada vez mais no centro, cada vez mais no fundo.
Sessenta mil euros… Melhor sorte que Valença. Ou que Melgaço, poderão dizer, já que este concelho não tem qualquer verba inscrita em PIDDAC. Pois… mas com o mal dos outros podemos nós bem. É que Melgaço, há muito que nos deixou para trás, se não ainda politicamente, pelos menos em termos económicos e de desenvolvimento. Eles avançam no tempo, nós ficamos cada vez mais… arquivados.

19 outubro 2007

Falta a prenda

O Sporting Clube Courense assinala este fim de semana os seus 75 anos de vida. Com festa e um colóquio, logo à noite, onde participam Agostinho Oliveira e o árbitro Paulo Pereira. Mas, ainda, sem o mais importante: a prenda de anos, a desejada relva para o campo de jogos.
Já aqui tinha falado do assunto, há mais ou menos um ano. Na altura, Laurentino Dias, secretário de Estado do Desporto, apresentou no Parlamento a integração no Orçamento de Estado para o corrente ano de uma verba de mais de um milhão de euros para relvar campos de futebol, com prioridade para os municípios que ainda não tinha uma infraestrutura do género. A Câmara não perdeu tempo e, logo na primeira reunião do Executivo de 21007, fez aprovar o protocolo a celebrar com o clube que, em linhas gerais, cede o campo à autarquia por um período de 10 anos.
Estava dado o derradeiro passo para fazer avançar a candidatura de Paredes de Coura à receber a desejada relva. Até agora, contudo, a terra batida continua a ser o palco das actuações do Courense…
Até quando, perguntamos? Até muito breve, é a resposta. É que, se começou como um desejo, eventualmente um sonho, o relvado é hoje uma necessidade, tendo em conta as exigências que todas as épocas são feitas aos clubes de futebol do escalão em que milita o Courense. Ver o Courense a jogar fora de casa poderá ser uma realidade, cruel para um clube com 75 anos de história. A ver se não temos de lidar com isso.

17 outubro 2007

"A da minha terra é mais bonita"

Fátima, fado e futebol? Só faltou o fado, no passado fim de semana. O futebol trouxe-o uma selecção nacional aflitinha lá para os confins da Europa. E Fátima? Fátima marcou o fim de semana, como tinha já marcado toda a semana anterior, a avaliar pelo que se lia nos jornais e via nas televisões deste país. Só faltou o fado, mas sempre tivemos a Família Superstar…
Mesmo não fazendo parte dos milhares que rumaram a Fátima para “inaugurar” a nova Igreja da Santíssima Trindade, não me livrei de contemplar cada pormenor e cada opinião que, tão diligentemente, a nossa televisão, pública ou privada, fez questão de nos levar casa adentro. Das cadeiras almofadadas à imagem controversa do Cristo na cruz, das novas tecnologias ao conjunto de obras de arte que embeleza o espaço, nada faltou.
Nem sequer a opinião popular daqueles que esperaram horas à porta do novo espaço religioso do país para depois entrarem por ali “à doida” a olhar para todo o lado como se a igreja acabada de inaugurar fosse desaparecer alguns minutos depois. Um ritual tipicamente português… Como os comentários que se seguiram à visita, um dos quais me levou às lágrimas de tanto rir. Uma senhora, com sotaque do Norte, questionada sobre se tinha gostado da nova igreja, não esteve com meias medidas e sem hesitar lançou: “a da minha terra é mais bonita”.
Também a da minha terra. É mais bonita e mais próxima, mais sentida. Não custou 80 milhões de euros e os bancos são de pau. E obras de arte também não as terá, ao contrário da de Fátima, até porque não teriam segurança. É que, recordo eu, há anos não instalou um sistema de alarme porque não tinha os cerca de 10 mil euros necessários para o custear.
Apesar disso, continua ali, disponível, aberta, acessível, discreta. Com ou sem dinheiro para lá deixar. Nos bons e nos maus momentos. Quando é preciso, quando precisamos.

Cavalo não entra

Aplauda-se! Agradeça-se a iniciativa da Câmara de Paredes de Coura de vedar a rua Conselheiro Miguel Dantas à passagem de cavalos e éguas, poldros e afins. Gado cavalar de uma forma geral que, como bem deu a conhecer o Eduardo Daniel Cerqueira, sempre que por ali passava deixava atrás de si um rasto de porcaria e, ao mesmo tempo, de alívio da parte de quem tinha de se cruzar com tais animais.
É claro que estamos a falar de um pequeno grupo que, habitualmente nas tardes de domingo, percorre parte do concelho a cavalo, exercitando as suas montadas e criando entre si um ambiente de convívio que se quer são e salutar. Justifica-se, assim mesmo, a tomada de posição da autarquia? Creio que sim, mais não fosse para evitar que o pior acontecesse. E não estou a falar de porcaria nas ruas, porque essa não são precisos cavalos para a fazer (basta olhar os cães vadios). Refiro-me, isso sim, à convivência entre cavalos e peões, ou não é aquele troço da Miguel Dantas uma zona pedonal?
Se o objectivo é dar a rua aos peões, para que estes circulem mais à vontade, passeando-se pelo centro da vila, não faz sentido expor esses peões a eventuais investidas de cavalos montados por cavaleiros menos experientes. Aliás, estou em crer, que a Câmara mais não terá feito que recuperar uma antiga postura municipal, do tempo do próprio Conselheiro, que impedia o trânsito de animais pela chamada “rua da frente”. Se ontem a preocupação era a estética, hoje deverá ser a segurança.
Uma coisa fica, no entanto, por esclarecer. Ou melhor, duas. Em primeiro lugar ficamos sem saber se esta proibição se estende também a carros de bois, burros ou mesmo charretes puxadas por cavalos, ou se se fica apenas pelos cavalos montados. E depois, a pergunta óbvia: o que é a Câmara vai fazer em dias de cortejo etnográfico e outros que tais? Impedir os cavalos de embelezarem o desfile, tapar os sinais ou pedir à GNR para ignorar a sinalética? Ainda bem que nós por cá não temos GNR a cavalo…

15 outubro 2007

Convite 2

E já que estamos em maré de convites, aproveito para falar de um outro. Também é para o Centro Cultural de Paredes de Coura mas desta feita vou ter de recusar. É o que dá realizarem actividades deste género num dia de semana, à tarde. Depois do sucesso do encontro sobre a Agenda 21 Local de Paredes de Coura, que decorreu numa noite de sexta-feira naquele espaço, a equipa coordenadora da Agenda 21 no Vale do Minho agendou a apresentação pública dos resultados dessa reunião, e das que se realizaram nos outros concelhos da comunidade intermunicipal, para a tarde da próxima quarta-feira.
Eu questiono: é assim que querem atrair a população para este tipo de iniciativas?

Convite 1

Este fim de semana recebi um convite. Nada de casamentos, baptizados ou afins. Apenas um convite, irrecusável. Não pelo conteúdo, se bem que também, mas acima de tudo por quem me convidou: os meus filhos. No âmbito do projecto “Eu convido”, que pretende levar os pais ao Centro Cultural para participar em actividades conjuntas com os seus filhos. Uma boa ideia que, a ver pela participação de ontem, parece ter futuro.
Na prática trata-se de um “dois em um”, daqueles que só nos traz vantagens. Por um lado temos o aproveitamento de um equipamento único na região, que muitas vezes é visto de lado por muitos courenses que nem sequer ousam aproximar-se dele. Por outro lado, e na minha opinião o mais importante desta iniciativa, privilegia-se o partilhar de experiências entre grandes e pequenos, entre pais e filhos, relação essa que deve estar no topo das prioridades.
Será que custa muito passar algumas, poucas, horas, num fim de semana de dois dias, com os filhos, a brincar, a estudar, a ver um filme, a fazer algo em conjunto? Custa, especialmente para quem tem de trabalhar também ao fim de semana. Mas para aqueles que não têm, é tempo de qualidade que estão a desperdiçar. E que não se recupera.
Num concelho onde se exalta a necessidade de mais crianças, num país onde se exorta o aumento da natalidade, é importante criar incentivos, financeiros, para que esse cenário se concretize. Mas de que adiantam esses apoios se depois falta o mais importante: tempo (ou será vontade) para viver essa natalidade.
Uma tarde no café ou uma tarde na melhor companhia do mundo, os nossos filhos? A escolha é fácil, e o projecto do Centro Cultural só vem dar mais uma ajudinha. Muito bem vinda.


PS: Foto respeitosamente retirada daqui.

12 outubro 2007

Pelas notícias...

Uma vista de olhos pelas notícias do dia.



No Jornal de Notícias a informação de que vai mesmo avançar a reorganização territorial da GNR. Ou seja, que vão encerrar alguns dos actuais postos, nomeadamente "em zonas despovoadas do interior do país". Teremos razões para pensar que Paredes de Coura é um dos postos a abater? (Actualização: a Rádio Geice já divulgou a lista dos postos que fecham e dela não consta Paredes de Coura)



Mais à frente, no mesmo jornal, a notícia de que até ao final do ano, os dez concelhos do distrito, unidos (ainda que só de fachada e por interesse), vão definir um programa de acção com vista a trazer para a região alguns investimentos no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacinal. A minha pergunta é: aceitam-se sugestões?



Por último, na Rádio Geice, o anúncio de que, na próxima quarta-feira, vai ser inaugurada a Escola de Hotelaria e Turismo de Viana do Castelo. Não foi este equipamento que chegou a estar previsto para a Casa do Outeiro, em Agualonga?

Tecnologicamente isolados

Uma trovoada. É quanto basta. Uma trovoada e deixamos de estar ligados ao mundo. Sinónimo de fragilidade? Ou de incompetência? Estamos em pleno século XXI, aquele que o Governo de José Sócrates nos apresenta como sendo o do “choque tecnológico”. Computadores a 150 euros para alguns, Internet para todos, tecnologia ao serviço do cidadão… balelas?
De que adianta investir num sistema que praticamente obriga os cidadãos a utilizar a Internet para comprar o “selo” do carro se a maior parte dos portugueses continua analfabeta em termos informáticos. Pede ao vizinho, paga ao conhecido que lhe faz esse “favor”? Que remédio! Investir em computadores a preço da chuva não vai acabar com essa situação. Falta o resto. Falta a cana, a linha e o anzol, porque o peixe oferecido já confeccionado e no prato todos o sabem comer…
Uma trovoada, repito.
Vivemos numa sociedade pontilhada de telemóveis e pda’s, gps e outros que tais. Tecnologias, dizem. Tecnologias que não funcionam em todo o país, e que, assim sendo, contribuem ainda mais para a o fosso que separa as zonas desenvolvidas das zonas que não vale a pena desenvolver. Muito duro? Talvez, mas é o que acontece. De que adianta telemóveis 3G se a antena se fica pela tecnologia anterior? E porque somos obrigados a comprar uma placa 3G para aceder à Internet móvel capaz de atingir velocidades estonteantes quando sabemos à partida que estamos limitados ao mínimo que a rede nos vai disponibilizar… Ah, já me esquecia, é porque é móvel e podemos ir para outro lado... Para longe daqui, é o que parece. É o que querem?
Só pode ser. Ir para um lado onde a concorrência exista. Dois, três, quatro, doze operadores a oferecerem a mesma coisa, mais barata, com melhor condições. É o que nos falta. É do que nos privam. É o tal fosso… tecnológico. E daí a trovoada. A tal que nos corta as ligações telefónicas que demoram dias a ser reatadas. A mesma que, durante semanas, nos condiciona a ligação ADSL, a única que parece (parecia) funcionar sem grandes problemas num concelho que dista 45 minutos da sede do distrito… Da civilização? Estaremos tecnologicamente isolados? Quem conseguir ligar à Internet que responda.

10 outubro 2007

Pela hora da morte

A questão não é nova, nem aqui no Mais pelo Minho, nem na Assembleia Municipal. Paula Caldas levou o assunto das casas mortuárias nas freguesias à reunião de Junho, Pereira Júnior recuperou-o na reunião de Setembro. “Fiquei preocupado com a situação”, explicou o presidente da Câmara de Paredes de Coura.
De tal modo que apresentou à Assembleia o esboço da ideia que tem para concretizar a ideia de Paula Caldas de que cada freguesia tenha um espaço destinado a velar os seus mortos. A solução poderá passar por um modelo de financiamento como o que foi utilizado para a construção dos balneários dos polidesportivos, em que a Câmara será responsável pelo pagamento de uma parte, ficando o restante a cargo da sociedade civil de cada freguesia. “Tem de se criar em cada freguesia um movimento cívico para encontrar solução”, referiu ainda o autarca.
É claro que cada freguesia tem uma especificidade própria, a começar pelo facto de algumas delas já terem casa mortuária em funcionamento, havendo algumas que não têm que optariam por utilizar um espaço já existente, devidamente adaptado, e outras que preferem construir um edifício de raiz. E para facilitar a decisão, a câmara pondera até ter disponíveis projectos tipo para a construção de casas mortuárias, como acontece com a habitação de cariz social no concelho.
E ao ouvir tudo isto, lembrei-me que, num dia de férias, refastelado no sofá a fazer zapping, dei comigo a assistir a um típico “programa da tarde” na TV Galiza onde o tema era precisamente uma casa mortuária móvel. É que, lá, a dispersão da população e o reduzido número de habitantes dos aglomerados populacionais, levou uma funerária da zona a transformar um camião TIR numa sala de velórios ambulante, devidamente equipada e munida das melhores condições de conforto e higiene. Estaciona, abre portas e durante o tempo que for necessário dá à freguesia uma casa mortuária. Por cá só teria dois problemas: a dificuldade de alguns acessos nas freguesias, pouco próprios para veículos de grande porte, e a elevada taxa de mortalidade, que muitas vezes requisitaria o camião para dois lugares diferentes no mesmo dia.

PS: De que serve, afinal, pensar nas casas mortuárias, se os cemitérios não têm capacidade para receber os nossos mortos. É que, da maneira como isto está, é preciso alargar o espaço disponível para a última morada dos courenses. Que o diga Insalde, onde, reza a notícia publicada aqui, é proibido morrer.

09 outubro 2007

Mostrar trabalho

Fará sentido a existência de uma comissão ou um qualquer organismo de índole municipal que, independentemente do seu objectivo, não tenha reunido durante quase dois anos? Pessoalmente penso que não. Venâncio Fernandes, deputado municipal do PSD também pensa assim e, vai daí, na última Assembleia Municipal trouxe o assunto a terreiro ao defender a extinção de qualquer comissão que estivesse nessa situação.
Mas foi mais longe. Pediu também a exoneração dos representantes eleitos pela Assembleia Municipal que, das duas uma, tivessem participado em reuniões e não prestassem esclarecimentos aos restantes elementos da AM, ou que, tendo existido reuniões, não tenham participado delas. “Ou as comissões não estão activas e por isso não têm razão de existir, ou os membros da AM não foram às reuniões e devem ser substituídos ou foram e não deram qualquer esclarecimento”, questionou Venâncio Fernandes.
Não teve sorte, o social-democrata, isolado num plenário dominado pela maioria socialista. Mas isso já ele, certamente, esperava. Com o que não contaria, ou não deveria contar, era com a falta de apoio da sua bancada. Não foi total, mas quase. Do seu lado ficou apenas… Paula Caldas.
Cenários que, infelizmente, não são novidade na Assembleia Municipal courense, onde o principal partido da oposição se apresenta a, pelo menos, duas vozes, quando não mesmo três. Possivelmente à espera de uma luta acesa na formação das listas eleitorais de 2009, onde se antevê um interessante diálogo entre Paula Caldas e Maria José Fontelo. Já agora, de realçar o regresso desta última às noites de assembleia, depois de um afastamento de algumas sessões. Sempre serve para agitar as águas.

02 outubro 2007

Quem não é visto...

E já que recordamos a viagem da massa autárquica courense a Lisboa, lembremos também as palavras de Joaquim Felgueiras Lopes, na última Assembleia Municipal, a propósito desta visita. Por entre agradecimentos a Rosalina Martins e a Jorge Fão, deputados socialistas eleitos pelo círculo de Viana do Castelo que receberam a comitiva courense em Lisboa, o autarca da vila lembrou ainda que também o limiano Abel Batista, eleito pelo CDS-PP pelo mesmo círculo, ao tomar conhecimento de que se encontrava ali um grupo de visitantes do distrito, fez questão de os ir cumprimentar.
Já não tiveram tanta sorte com José Eduardo Martins e Luís Campos Ferreira, os dois eleitos de Viana do Castelo pelo PSD que, diz Joaquim Felgueiras Lopes, fizeram de conta que não viram o grupo de autarcas courense. Seria por não conhecerem quem foi de visita? Não creio, até porque, se consultarmos a ficha de identificação de um destes deputados na AR (clicar aqui para ver) facilmente descobrimos que, surpresa das surpresas, ele já foi membro da Assembleia Municipal de Paredes de Coura e terá até ligações familiares a este concelho. Será esquecimento?

Obrigado! Obrigado! Obrigado!

É costume, e acima de tudo boa educação, agradecer algo que fizeram por nós. Por isso mesmo, e porque os membros da Assembleia Municipal de Paredes de Coura não são mal educados, foi com naturalidade que a mesa da assembleia apresentou, na última reunião, um voto de agradecimento a Rosalina Martins, deputada socialista ali e na Assembleia da República, pelo convite para visitar o Parlamento em Lisboa, por ocasião da transladação dos restos mortais de Aquilino Ribeiro para o Panteão Nacional.
O voto foi apresentado pela mesa, como que em nome de todos os partidos ali representados, e estes não o contestaram, até porque os elogios não faltaram de parte a parte. Lembrou-se o passeio até à capital, a visita à Assembleia da República, o animado jantar… e depois aprovou-se o voto de agradecimento. Por unanimidade.
Tudo normal? Aparentemente sim, mas penso que a atitude de Rosalina Martins não terá sido a melhor. Não pelo convite, que se entende e ao qual se reconhece o mérito (se não mais, pelo menos o de ter levado muitos autarcas courenses pela primeira vez à AR), mas pela atitude que esta tomou, ou melhor não tomou, aquando da votação. É certo que o constar na acta “aprovado por unanimidade”, dá mais força ao voto de agradecimento, mas não lhe ficava nada mal ter saído da sala aquando da votação. Só para não ter de agradecer… a si própria.

PS: A fotografia foi retirada daqui.