31 março 2011

Essa é que é a verdade! (2)

E para ajudar à festa, o Cardeal Saraiva, jornal de Ponte de Lima, já lança a dúvida.

Essa é que é a verdade!

SCUT: “Este distrito não tem peso nem no país, nem nas máquinas partidárias dos partidos” - Daniel Capelo – notícia da Rádio Geice

Não é novidade. É a realidade!

Num país em que quem lá está é que manda fazer, não temos o peso político que faz falta para que se faça alguma coisa. E Daniel Campelo sabe-o bem. Virá aí nova greve de fome? Ou as idas a Lisboa vão começar a ser regulares, com ida à segunda e regresso à sexta-feira?

O lixo que nos toca

lixeiras beira estrada 3E quando formos nós, e por nós entenda-se o concelho, a ter de acolher o aterro intermunicipal do Vale do Minho? A questão, que não se colocará tão cedo em virtude do acordo alcançado no ano passado entre a ValorMinho e a Junta de Freguesia de S. Pedro da Torre, Valença, não é de todo descabida, e o comentário deixado pelo Lobo neste post veio recordar que, no futuro, esse cenário pode muito ser uma realidade.

Por ora, e como demonstra  a peça do Jornal de Notícias, o aterro intermunicipal vai ficar por Valença até 2021, no que pode representar, explica o jornal, uma poupança de cerca de 2,6 milhões de euros. Mas, e depois? Quando, como aconteceu em 2007, se começar a procurar novo poiso para os lixos dos seis municípios que vão enchendo o aterro de S. Pedro da Torre, será que Paredes de Coura não vai entrar na corrida?

Respondendo à pergunta deixada no comentário daquele post: sim, a Câmara de Paredes de Coura já pensou onde eventualmente pode vir a ser instalado aquele equipamento. Em 2007, os estudos, ou pelo menos a indicação da autarquia courense, apontavam para a sua instalação algures em Linhares. Em 2021 pode já não ser este o local sugerido. E certamente não será também o escolhido, até porque, como se viu aquando do processo de renovação de 2007, a escolha dos seis municípios recaiu sobre Cornes, Vila Nova de Cerveira, a escassos metros do actual aterro. E mesmo assim, com a anuência ressarcida da população local, acabou por se manter onde sempre esteve… e onde estará por mais dez anos.

30 março 2011

Assim se vê, a força… da nossa saúde (3)

Afinal, não é só o PCP que aparece preocupado com o estado da Saúde no Alto Minho. Agora, também o Bloco de Esquerda aparece a garantir apoio à luta da população de Valença contra o encerramento, há um ano, do SAP local. É legítimo este apoio, mas questiona-se: porquê agora?

De qualquer das formas, atrasado ou não, há que aproveitar a onda e, porque não, incluir no mesmo pacote de contestação o encerramento de outros SAP’s, nomeadamente, claro está, o de Paredes de Coura. E já agora, aproveitando o momento actual e a moda que parece ter surgido com o pedido de demissão do primeiro-ministro, porque não levar o assunto ao Paramento e, quiçá, pedir a revogação do despacho do Ministério da Saúde que ditou os encerramentos. Se, para outras coisas, se está a anular no Parlamento o trabalho feito antes, porque não também nestes casos?

26 março 2011

E haverá subsídios?

Guimarães põe cabras a trabalhar na limpeza da cidade – notícia da TSF

CIMG2035Brincadeiras à parte, não será esta uma solução dois em um, assim ao jeito de ao mesmo tempo aumentar a produção de animais e rentabilizá-los recorrendo ao pastoreio em terrenos municipais que doutra forma estariam abandonados? Por cá, já em tempos, vi algo semelhante… com um rebanho a “limpar” o relvado da praia fluvial!

25 março 2011

Contradições. Da justiça e do povo.

DSC00016O aterro intermunicipal de S. Pedro da Torre faz lembrar aquele sketch dos Gato Fedorento a brincar com a opinião de Marcelo Rebelo de Sousa sobre o aborto. É ilegal? É. Mas mesmo assim pode estar em funcionamento? Pode.

Depois de anos de lutas e processos em tribunal, eis que o Tribunal Central Administrativo do Norte decide que o aterro de Valença está em situação ilegal, devido ao incumprimento de questões processuais durante a sua construção. Mas, o mesmo acórdão admite que não é possível encerrar aquele equipamento, nem repor a situação anterior à sua construção, e por isso impôs o pagamento de indemnizações da Câmara à Junta de Freguesia de S. Pedro da Torre.

Neste processo, contudo, nem só a justiça apresenta destas contradições. É que, também a população daquela freguesia, depois de anos a contestar o funcionamento do aterro, acabou por, no ano passado, pronunciar-se a favor da prolongamento do funcionamento daquele equipamento no mesmo local durante mais dez anos. Decisão popular a que, certamente, não será alheia a renda mensal que a ValorMinho, entidade que explora o aterro, paga à Junta de Freguesia de S. Pedro da Torre.

Benjamins… e campeões!

benjamins courense Foto: SCCourense

Domingo, o jogo é dos grandes, mas o momento alto da tarde está reservado para os mais pequenos. Os Benjamins do Sporting Clube Courense recebem as faixas de campeões da Série C. Merecem os parabéns… e o apoio da massa associativa courense.

Acabou o exílio

viana do castelo 1Com a saída de José Sócrates e a mais que certa realização de novas eleições legislativas, é certo também que haverá mexidas nas listas concorrentes. A mais óbvia e sonante será a inclusão de Pedro Passos Coelho numa lista de um qualquer círculo eleitoral que seja, depois de ter sido deliberadamente afastado por Manuela Ferreira Leite nas últimas eleições.

Mas há nomes menos sonantes que também vão andar neste jogo do entra e sai. Um deles é o do antigo presidente da Câmara de Viana do Castelo, que foi remetido para Lisboa em 2009, depois de ter ameaçado concorrer à câmara vianense como independente por não ter o apoio do Partido Socialista para a sua recandidatura. Na altura muito se falou de exílio dourado, com a inclusão nas listas de deputados a surgir como uma compensação por esse impedimento ditado pelos colegas autarcas do Alto Minho. Agora, no entanto, Defensor Moura resolveu não esperar pelo desfecho desta crise política e já anunciou: não vai voltar a concorrer ao Parlamento, optando antes pela reforma.

Uma decisão que não surpreende, tendo em conta os últimos episódios a envolver o antigo autarca de Viana de Castelo. Primeiro a corrida solitária à Presidência da República, sem o apoio do seu partido. Depois, mais recentemente, com a sua saída da comissão de honra da recandidatura de José Sócrates a secretário-geral do PS, em protesto pelo abandono da regionalização. Resta saber se é realmente a reforma que aguarda Defensor Moura, de 65 anos, ou se pelo contrário o seu regresso a Viana do Castelo traz outros planos na manga.

24 março 2011

Demissão = solução?

O primeiro-ministro apresentou ontem a demissão. A ver bem, a sua demissão foi oficializada a 27 de Setembro de 2009, quando o seu partido ganhou as eleições legislativas… sem maioria. Ao aceitar governar em minoria, numa altura em que o papão da crise global já estava à espreita, mau grado a baixa de impostos pré-eleitoral, José Sócrates tinha o destino traçado e, certamente, sabia-o. Num período em que eram necessárias (continuam a ser) medidas drásticas e difíceis de aplicar para tentar reduzir o défice e endireitar as contas públicas, não ter uma maioria no Parlamento é meio caminho andado para uma gestão complicada, obrigado a seguir as directrizes dos outros, por muito que sejam diferentes daquelas que o Governo defende. E quando o maestro tem de se resignar à música que a orquestra toca, mesmo não sendo aquela que ele tem na pauta, o caminho está traçado.

O primeiro-ministro apresentou ontem a demissão. E o passo seguinte, mais que certo e mais que desejável, são novas eleições legislativas. O Presidente da República ainda nada disse, por uma questão de agenda europeia, mas todos os partidos da oposição já o afirmaram: não estão disponíveis para formar Governo com José Sócrates. Nunca estiveram, aliás. E nem sequer o PS minoritário de José Sócrates logrou tentar uma aproximação à esquerda ou à direita para enveredar pelo caminho de uma coligação, no rescaldo das legislativas de 2009. O feitio característico do primeiro-ministro, num misto de teimosia e arrogância, regada com um toque de “eu é que sei de que o país precisa” nunca foram bons argumentos para uma negociação a duas ou mais vozes e não se prevê que o seja agora, depois de uma demissão forçada, por ele e pela oposição, que inevitavelmente vai deixar marcas no meio político português. Com eleições, e resultados, mais ou menos previsíveis no cenário de alternância política da democracia portuguesa, caberá à direita liderar esse entendimento. A solo ou em duo? O povo decidirá lá para Junho.

O primeiro-ministro apresentou ontem a demissão. E o país perdeu. Não no sentido que apontou ontem José Sócrates, mas perdeu. Fica mergulhado numa crise política, que o é, numa altura em que a crise económica já afogava a população. Os juros não esperaram e subiram ainda mais. Vem aí o FMI? Talvez. Talvez já cá esteja. Vêm aí tempos mais difíceis? Não duvido. Não é por haver eleições e mudar o Governo que as coisas vão mudar. A crise continuará e as respostas para ela continuarão a ser de uma urgência e necessidade atroz. As medidas de combate, se não as mesmas, não serão muito diferentes e já hoje, no dia que se segue ao pedido de demissão, aqueles que ontem criticavam o aumento de impostos vêm falar num provável aumento do IVA. Pior será quando chegarem a S. Bento e verificarem que o cenário é ainda pior do que imaginaram e que afinal, tal como José Sócrates no passado, vão ter de esquecer as promessas eleitorais e trabalhar com o país real.

O primeiro-ministro apresentou ontem a demissão. E há muita gente feliz. Poucos minutos depois do anúncio que já não o foi porque o Presidente da República não deixou, assim ao estilo de “cheguei primeiro e estraguei-te a surpresa”, já circulava uma SMS anónima a convocar os portugueses para uma manifestação espontânea de regozijo no Marquês de Pombal. Mas festejar o quê?

O primeiro-ministro apresentou ontem a demissão. O país vai ficar quase parado durante três meses, ou mais. Quase… Os projectos que estavam em banho-maria vão acabar por queimar. Ideias e projectos ficam congelados até que o novo Governo tome posse. Mas, à semelhança do que aconteceu em episódios semelhantes no passado, a máquina não pára. As nomeações não vão, certamente, abrandar e há negócios que, mesmo em tempos de Governo de gestão, conseguem ver a luz do dia. Sem consequências, como se tem visto.

O primeiro-ministro apresentou ontem a demissão. A crise acaba amanhã? Infelizmente não!

23 março 2011

Assim se vê, a força… da nossa saúde (2)

Dentro do mesmo tema deste post, a saúde, as notícias dão-nos conta de que, um ano depois, a situação no Centro de Saúde de Valença está caótica. Um ano depois do encerramento das urgências nocturnas, está bom de ver!

Venham eles!

COURA - Concelho vai criar até ao final deste ano mais 150 postos de trabalho – notícia da Rádio Vale do Minho

Com notícias destas, no momento que atravessamos, só podemos dizer: venham eles! Mas depressa!

 

PS: Já agora, dizer que o concelho vai criar 150 postos de trabalho não será um bocadinho exagerado. Afinal, a iniciativa é privada!

Assim se vê, a força… da nossa saúde

25092010460Ou da falta dela, seria o mais acertado. Não necessariamente da saúde física em si, mas dos meios que o Estado coloca à nossa disposição para, precisamente, zelar pela nossa saúde. Por cá, por Paredes de Coura, há muito que se sabe que o que temos não é o ideal (nem sequer o que nos foi prometido, mas isso é outra história) e quando o SAP fechou e o Centro de Saúde local reduziu drasticamente o horário de atendimento, as coisas não ficaram melhores.

Uma situação que só piorou com a saída de um dos clínicos que ali prestava serviço, o que deixou vários utentes sem médico de família. Um cenário que parece já ter alertado o PCP, que na semana questionou, por duas vezes, o Governo sobre a situação actual da prestação de cuidados de saúde no distrito de Viana do Castelo, incluindo nesse pacote de questões algumas relacionadas com o Centro de Saúde de Paredes de Coura, nomeadamente sobre o número de médicos e enfermeiros que ali trabalham e ainda sobre o número de equipamentos existentes no concelho.

As questões dos comunistas, que, recorde-se, não têm qualquer deputado eleito pelo distrito, visam ainda obter conhecimento sobre o número total de utentes abrangidos pela unidade de saúde courense, com e sem médico de família atribuído. Aguardemos, agora, pelas respostas do Ministério da Saúde relativamente às perguntas formuladas sobre o estado de saúde da saúde em Viana do Castelo. A ver se a resposta vem ou se, como tem sido tradição, as questões ficam esquecidas lá para os lados da Avenida João Crisóstomo.

PS: Mesmo sem um deputado eleito pelo distrito, o PCP não esquece os problemas do distrito. Mas, mesmo sem um deputado, bem que podia ter mais conhecimento da região. É que, ao contrário do que diz a pergunta comunista logo no início, o distrito só tem 10 concelhos e não os 18 que o PCP aqui quer meter à força.

18 março 2011

O dia seguinte

CIMG2030A polémica em torno da atribuição dos subsídios aos agricultores parece ter destino traçado: tal como surgiu, sem se saber como e qual a sua origem, eventualmente assim irá desaparecer. As explicações, se é que eram necessárias, de beneficiários e intermediários, pululam na comunicação social e mesmo as informações sobre eventuais investigações aparentam indicar rumos diferentes, com uns a garantir que existe e outros a afirmar que é invenção.

Pelo meio houve quem aproveitasse para relembrar um problema antigo, muitas vezes já aqui abordado, bem como noutros espaços. Os animais, vacas, mas principalmente cavalos, que são criados em regime selvagem e que, volta não volta, são notícia: ora porque entraram em terrenos particulares e causaram estragos, ora porque aparecem mortos no meio do monte. Afinal, parece que já há quem esteja preocupado com essa situação e até a tenha tentado resolver. Curiosamente, o que é defendido pela associação Vessadas nesse sentido, também poderia ser utilizado para, evitando polémicas e suspeições, controlar melhor a atribuição de subsídios à sua criação.

14 março 2011

A sério?

PSD denuncia 'gestão política' na instalação de pórticos em SCUT – Notícia do jornal Sol

Olhando bem para as coisas, eu até pensava que não havia qualquer gestão por detrás da implementação das portagens, quando mais da colocação dos pórticos.

13 março 2011

Quem conta um conto…

e5dd14d…acrescenta-lhe um ponto. E quando damos por ela a coisa está de tal forma exagerada e empolada que não me admirava de qualquer dia termos o Presidente da República aqui por Paredes de Coura a apelar a um sobressalto cívico da população.

Há provas de que os subsídios atribuídos pelo Ministério da Agricultura foram entregues a quem não tinha condições para deles beneficiar? Então que apareçam, porque caso contrário tudo não passa de um grande alarido em torno de nada. O “diz que disse” é sempre muito bonito e fica bem em qualquer conversa de circunstância, mas depois surge o exagero, o dizer que vai acontecer isto ou aquilo, quando afinal nada acontece, nada aconteceu.

Agora, a festa até chegou ao Facebook, com uma página criada este fim de semana e que, no momento em que escrevo, conta já com 137 pessoas ligadas. A página em questão exorta à devolução dos subsídios alegadamente recebidos de forma ilegal e consegue a proeza de juntar, sob o lema da devolução dos subsídios, alguns dos que são acusados de deles terem beneficiado sem a eles terem direito, bem como os que supostamente estão por detrás da sua atribuição. Afinal, tanto alarido e aparentemente toda a gente está contra a atribuição dos subsídios. Até quem os recebeu.

06 março 2011

Fumo? Fogo? Ou apenas uma inventona?

CIMG0065Costuma dizer-se que por detrás de um boato está sempre um cheirinho de verdade. Pessoalmente sei que nem sempre é assim, e ainda recentemente tive contacto com um rumor que, envolvendo uma situação que poderia ser grave, por se tratar de uma simples invenção ou distorção dos factos acabou por ser somente… divertido. Por isso mesmo, por essa desconfiança natural que tenho e que já me causou alguns dissabores, sou daqueles que, quando confrontando com uma qualquer notícia menos esclarecedora, procuro ir mais longe e averiguar se realmente se trata de uma verdade ou apenas do fruto da imaginação de alguém que, não tendo mais que fazer, resolve pegar em situações verídicas e, acrescentando-lhe um ponto como quem conta um conto, dá-lhe contornos diferentes e, assim sendo, irreais.

E foi com esta mentalidade de desconfiança que recebi, na semana passada, uma informação que me dava conta de algumas irregularidades na atribuição de subsídios por parte do Ministério da Agricultura a alguns courenses que supostamente não reuniriam as condições legais para os receber. Mas, se quando a primeira pessoa que me falou do assunto o ignorei por completo, quando me vejo confrontado com a mesma informação (ou boato como lhe queiram chamar) por parte de mais três pessoas que nada têm a ver umas com as outras, foi difícil não perder algum tempo de volta do assunto, muito embora a minha opinião fosse a de que tal não seria verdade. Afinal, num meio tão pequeno como Paredes de Coura, não seria difícil saber se as pessoas que fazem parte da lista de beneficiários do Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas estavam ou não em condições de receber os referidos apoios.

Estava enganado! É que, ao abrigo do Pedido Único de Ajudas, encontramos toda uma diversidade de financiamentos (do apoio às culturas energéticas ao prémio por vaca em aleitamento) que, mesmo deixando de fora os apoios específicos da região autónoma da Madeira, os restantes são mais do que suficientes para gerar dúvidas sobre se as 900 pessoas e entidades de Paredes de Coura que fazem parte das listagens relativas aos pagamentos do Ministério da Agricultura nos anos de 2008, 2009 e 2010 estavam ou não em condições legais de as receber ou se,pelo contrário, haveria alguma situação em que essa atribuição foi feita de forma ilegal. Mesmo conhecendo algumas das pessoas das listas, e procurando informações sobre mais beneficiários junto de outras pessoas, tornou-se praticamente impossível saber se entre as entidades e pessoas em questão (900 reforce-se) todas estavam enquadradas pelos critérios definidos pelos referidos acordos.

Deitei, por isso, para trás das costas a análise das listagens do IFAP e fiquei-me pela conclusão, óbvia e preguiçosa, seio-o, de que não é a mim que compete fiscalizar a atribuição desses apoios do Ministério da Agricultura, cujos pedidos, ao que sei, são encaminhados por cooperativas e associações de agricultores. Não dispõe o ministério em questão de mecanismos próprios para averiguar da veracidade das candidaturas que lhe são apresentadas? Ou será que confia cegamente na palavra, escrita refira-se, das entidades que lhes fazem chegar esses pedidos de apoio? De qualquer das formas, repito, não será certamente a mim que compete zelar pelo bom funcionamento destes apoios, até porque as listagens em questão são públicas e estão ao alcance de qualquer cidadão que as queira consultar. E aí, se tiver mais sorte ou conhecimento do que eu (o que não é difícil), até pode colocar em dúvida se o sujeito A ou B reuniria as condições para receber uns milhares de euros do IFAP, seja o sujeito em questão titular de um cargo público ou o pastor ali do lugar vizinho.

02 março 2011

Eu é que sou o presidente da junta! (2)

COURA – Construção de Centro de Dia inter-paroquial divide freguesias de São Martinho de Coura e Romarigães. Autarquia apela a “plataforma de entendimento” – Notícia da Rádio Vale do Minho

Mais um exemplo da dificuldade que será tentar concentrar duas ou três freguesias em apenas uma. É que, por muito que custe ao erário público, cada presidente quer ter a sua quinta, nem que o vizinho do lado já tenha uma que produza ovos suficientes para alimentar a população das duas freguesias.

01 março 2011

De laranjas às avessas?

CIMG0781Costumava ser um clássico em todas as sessões da Assembleia Municipal de Paredes de Coura, mas ultimamente tinha deixado de se verificar. Na  passada sexta-feira, contudo, voltaram a surgir aquelas pequenas coisas que mostram que dentro do PSD há vozes que não estão satisfeitas.

Nos mandatos anteriores era pública e notória a divergência de opiniões entre alguns sectores dos social-democratas representados no elenco da AM. Maria José Carranca de um lado, Paula Caldas do outro, Venâncio Fernandes também em discordância às vezes e até um ou outro presidente de junta de quando em quando. Este mandato, contudo, as coisas até têm andado mais calminhas, ou então mais discretas.

Na reunião da passada sexta-feira, no entanto, os desaguisados entre apoiantes do mesmo partido voltaram a surgir, ainda que ao de leve. Tudo porque, depois de várias intervenções políticas sobre a extinção e fusão de juntas de freguesia, conforme descrito no post abaixo, Décio Guerreiro, líder do grupo municipal do PSD, pediu a palavra propositadamente para exigir que ficasse registado em acta que as intervenções anteriores se tratavam de intervenções a título pessoal e não do grupo municipal do PSD.

Ora, do lado do PSD, o único que interveio sobre o assunto foi João Cunha, antigo presidente da concelhia laranja. Por isso o esclarecimento suscitou alguma admiração nos presentes e até alguns toques da oposição, que não perdeu a oportunidade de mandar alguns recados ao PSD. Exemplo disso foi o comentário de Joaquim Felgueiras Lopes, do Partido Socialista, que em jeito de resposta à exigência de Décio Guerreiro, foi dizendo que no seu partido, “todos têm liberdade para falar”. No PSD também, não se duvida, e também por isso não se compreende muito bem o reparo do líder do grupo municipal.

Eu é que sou o presidente da junta!

CIMG0711Mesmo ausente, foi José Augusto Pacheco quem dominou a última sessão da Assembleia Municipal de Paredes de Coura, realizada na passada sexta-feira. O presidente da Assembleia Municipal está ausente do país e, por isso mesmo, solicitou a sua substituição na reunião, tendo Luísa Castro assumido a presidência daquele órgão. Apesar disso, haveria ser um assunto trazido à baila por aquele professor universitário a dominar a noite.

Confuso? Então expliquemos. É que, apesar de José Augusto Pacheco não estar presente, João Paulo Alves, do grupo municipal do PCP, levou à discussão na assembleia a última crónica do presidente da AM no Notícias de Coura, onde a reorganização política, nomeadamente ao nível da extinção e fusão de freguesias, é tema de análise. João Paulo Alves pegou no escrito e, explicando que o PCP concorda que 21 freguesias para um concelho como Paredes de Coura é excessivo, lá foi dizendo que os presidentes de junta olham muito para o seu umbigo, dando como exemplo a necessidade que houve de dotar cada uma das freguesias com um polidesportivo, quando agora muitos deles estão ao abandono.

O deputado do PCP aludiu ainda à proposta/ideia que José Augusto Pacheco deixa no seu artigo de criar um novo órgão onde os presidentes de junta estivessem representados que não a própria AM. Um cenário que, defendeu João Paulo Alves, evitaria as situações em que um presidente de junta até discorda da proposta de orçamento da Câmara, “mas vota a favor porque…”, referiu aquele deputado municipal, deixando no ar a teoria já muitas vezes abordada naquele órgão, de que os presidentes de junta se sentem condicionados a aprovar o orçamento para não terem problemas depois.

Estava dado o tiro de partida para o momento mais animado de uma noite morna na Assembleia Municipal. João Cunha do PSD, demarcou-se “em absoluto” da posição do seu colega do PCP e fez o reconhecimento público do trabalho dos presidentes de junta, que “são muito melhores gestores que as câmaras”. Também Joaquim Felgueiras Lopes, presidente da junta de freguesia da vila, manifestou a sua discordância em relação às ideias de José Augusto Pacheco. “É a opinião dele, não é a minha. Ele vive em Braga, nós vivemos em Coura”, desabafou o histórico autarca socialista, acrescentando que “o trabalho das juntas reflecte-se no desenvolvimento do concelho”.

Opinião idêntica parece ter o vereador social-democrata José Augusto Caldas que, instado a pronunciar-se sobre o assunto, não escondeu que é “frontalmente contra a redução do número de juntas de freguesia. O presidente da junta será sempre o último elo de ligação à população”.A seu lado, o presidente da Câmara optou por não tecer grandes comentários sobre “um problema que ainda nem sequer está perto. Não vou manifestar a minha opinião enquanto não se souber o que está em jogo”, concluiu Pereira Júnior.